Foi sepultado na manhã desta sexta-feira no Cemitério da Paz, no Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo Horizonte, o corpo do fiscal Webert Eustáquio de Souza, de 33 anos, assassinado a tiros dentro de um coletivo da linha 1502 (Vista Alegre/Guarani) na manhã de quinta-feira. Um colega de Webert e uma passageira de 65 anos também foram atingidos. O atirador se revoltou porque não queria pagar a passagem.
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Na manhã de ontem, ainda no local do crime, Evandro José de Souza fez um desabafo emocionado sobre a tragédia. “O rapaz sacou a arma e deu um tiro neles. Já foi disparando neles. Agora, o motivo é por causa de R$ 3,10, né? Levar a vida de uma pessoa por causa de R$ 3,10”.
André Luiz Ribeiro, de 44, foi coordenador de Webert e o treinou para o serviço.
O crime aconteceu por volta das 7h50, em um ponto da Avenida Cristiano Machado, no Bairro Ipiranga, Região Norte. Segundo o delegado Emerson Morais, testemunhas contaram que o autor dos disparos entrou no veículo na Rua A, no Bairro Primeiro de Maio, 10 minutos antes do crime. Não passou pela catraca e ficou próximo à escada. Quando o coletivo passou próximo ao Hotel Ouro Minas, na Avenida Cristiano Machado, houve a abordagem dos fiscais, que pediram para todos os que estavam antes da roleta pagassem a tarifa.
O ônibus estava lotado na hora do crime. “Testemunhas disseram que o assassino ficou na escada e, depois da ordem do fiscal, fingiu que iria pagar a passagem. Quando chegou próximo à catraca, sacou uma arma e disse: ‘Quer que pague a passagem? Então toma aqui seus R$ 3,10’. Depois disso, atirou”, relatou o delegado. Ele explicou que foram dois disparos no peito da vítima, que caiu no piso do ônibus, quando foi alvejada mais três vezes, nas costas. O assassino fugiu pela Avenida Cristiano Machado e até o momento não foi localizado. A Polícia Civil informou hoje que as buscas continuam.
Delegado acredita em vingança
O delegado responsável pelas investigações trabalha com a hipótese de vingança.
A briga de quarta-feira foi nas proximidades da Rua Jacuí, dentro de um ônibus da linha 1509. “Os fiscais abordaram o autor dentro do ônibus, pois ele já tinha o costume de descer pela porta da frente sem pagar passagem. Disseram: 'Você não faz isso mais, tem que pagar passagem'. O autor não gostou muito de ter sido chamado à atenção e houve discussão. Um outro fiscal, que não foi a vítima, chegou a agredir o autor, que disse: 'Vocês gostam de bater nas pessoas? Isso não vai ficar assim, não. Eu vou tirar essa diferença com vocês'”, segundo o delegado.
Mais tarde, o autor foi para a porta da garagem de ônibus e mostrou um revólver, dizendo a um outro fiscal envolvido na briga que ele poderia sumir que o encontraria de qualquer forma “para tirar a diferença”. O criminoso quando foi à garagem estava acompanhado de um outro homem, que também está sendo procurado. Ele tem deficiência nos braços e nas pernas, mas consegue andar sem ajuda de cadeira de rodas ou muleta. Ele moraria no Bairro Primeiro de Maio ou no Providência. Na garagem, esse segundo homem teria instigado o autor a matar os fiscais. “Isso mesmo, tem que matar. Ele é safado, mesmo”, teria gritado o comparsa. (Pedro Ferreira)
Passageiros entraram em pânico. Veja o vídeo.
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