Mesmo com sistema de câmeras de videomonitoramento e alarmes, a loja do estilista mineiro Ronaldo Fraga, na Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, voltou a ser arrombada por criminosos. Nesta última investida, na madrugada de ontem, bandidos quebraram um dos vidros da vitrine e levaram cerca de 40 peças, o que provocou um prejuízo aproximado de R$ 60 mil, nos cálculos do artista. Essa foi a terceira vez que o estabelecimento comercial, localizado no número 81 da Rua Fernandes Tourinho há sete anos, foi arrombado. A ação foi flagrada pelas câmeras de segurança da loja e, de acordo com o estilista, três ou quatro homens encapuzados entraram no local, passando pela abertura na vitrine.
Fraga soube do furto por volta das 7h de ontem, depois de receber um telefonema de um lojista que integra a rede de comerciantes protegidos da região. Ele não participava do grupo, que serve para alertar sobre crimes e outras ocorrências, mas os participantes da rede conseguiram seu telefone e entraram em contato. “Não foi pedra. Quebraram o vidro com algo forte. Entraram se arrastando para o alarme não tocar e levaram araras inteiras, roubaram as roupas mais caras”, conta o estilista.
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Criminosos arrombam loja do estilista Ronaldo Fraga na Savassi"Desisti da Savassi", diz Ronaldo Fraga após novo ataque de ladrões à sua loja Aluguel de loja de Ronaldo Fraga na Savassi vira polêmica nas redes sociaisMais uma loja de roupas é arrombada por criminosos na SavassiCasos de violência na Savassi reacendem discussão sobre a falta de segurançaComerciantes da Savassi adotam medidas para proteger patrimônio e clientesSegundo ele, lojistas também estão desistindo da região e indo se instalar em shopping centers da cidade, em busca de proteção. “Estamos falando de uma região que poderia representar Belo Horizonte como uma cidade moderna, mais humanizada, e nós ainda não conquistamos esse lugar. Aliás, nós já perdemos em relação ao que a Savassi já foi”, disse.
Questionado sobre sua permanência na Savassi, o estilista preferiu não adiantar nenhuma decisão e chamou atenção para o problema generalizado da falta de segurança. “Hoje, no afã do corpo quente, meu desejo é não me calar. É de chamar as pessoas para que elas também não se calem. Um segundo momento é outra história. Mas eu queria lançar luz hoje não sobre o meu negócio, que eu fui assaltado. Não é isso! É sobre o que está acontecendo com o espaço público em Belo Horizonte”, disse, referindo-se aos vários casos de assaltos e arrombamentos vividos por comerciantes na região.
Após o arrombamento, a Polícia Militar foi chamada, registrou um boletim de ocorrência e entregou as imagens das câmeras de segurança para a Polícia Civil, que vai investigar o caso.
Três perguntas para...
Ronaldo Fraga, Estilista
1- Como você soube do arrombamento?
Tem um grupo de empresários, lojistas da Savassi, que fez uma rede. Como o efetivo de policiamento foi reduzido, quando os comerciantes passam e veem uma coisa diferente, publicam na página ou passam no WhatsApp. Eu nem fazia parte do grupo. Alguém viu a loja quebrada, perguntou quem tinha o contato. Era por volta das 7h (quando fui avisado).
2 - Você disse que esta é a terceira vez em que a loja é arrombada. Como você vê essa situação?
O que me entristece, me deixa em pânico, é quando olho no meu entorno e vejo que aquilo (a violência) se tornou uma coisa comum. No meu caso, é fácil passar por cima de tudo isso. Mas o problema não é a roupa, o prejuízo que eu tive. O problema é a situação em que se encontra o bairro. É o descaso em que se encontra o bairro. Então, isso aqui é muito mais do que um assalto, um prejuízo, entre roupas e um vidro quebrado – R$ 50 mil , R$ 60 mil – isso é muito pouco. O que me preocupa é a situação da maioria dos comerciantes ali.
3 - A violência na Savassi se resume às madrugadas?
Não. A Savassi chegou a um ponto – vocês lembram daquela coisa de carros com vidros quebrados nos anos 1980, 1990? Tudo isso voltou. Tem assalto à mão armada às quatro horas da tarde. Então, quebrar, violentar o estabelecimento que é ganha-pão das pessoas, virou uma coisa normal. Do tipo, “que bom que era à noite”. Ou, “que bom que não tinha ninguém aí”. Ou como o policial mesmo disse: “Ah! Mas não tinha grade.” Então vamos ter que colocar grade! Vamos ter que colocar cerca elétrica! E vamos ter que pôr alarmes em nós mesmos para viver nesta cidade?.