O movimento Praia da Estação aportou neste sábado na Praça Diogo Vasconcelos (Savassi), Centro-Sul de Belo Horizonte, depois de cinco anos de manifestações na Praça da Estação, na Área Central, desde que foi criado, em janeiro de 2010. Cerca de 300 pessoas participaram de um “ato político” em defesa da ocupação dos espaços públicos. Em mais de seis horas de protesto bem-humorado, não faltaram banhos nas quatro fontes da Savassi e até um caminhão com 10 mil litros de água potável foi contratado como reforço.
O evento mudou de endereço, segundo os organizadores, por causa do não funcionamento das fontes da Praça da Estação, desligadas desde novembro de 2013. A alteração preocupou comerciantes da Savassi, que temiam que a aglomeração de pessoas trouxesse prejuízos e transtornos. No entanto, segundo a Polícia Militar, o evento aconteceu sem nenhum tipo de contratempo.
Por volta das 12h30, horário marcado para o começo da manifestação, poucas pessoas chegavam à Rua Pernambuco, entre a Avenida Getúlio Vargas e Rua Tomé de Souza. Passados 30 minutos, a fonte local já estava tomada de manifestantes, alguns com roupa de banho e teve até quem levou boia. O comerciante Leonardo Souza, que tem um restaurante no quarteirão, considerou positivo o ato. “Toda ocupação urbana é boa, desde que organizada”, disse Souza, admitindo que a falta de banheiros químicos poderia ser um problema.
Depois de algumas horas na fonte da Rua Pernambuco, o grupo se dirigiu para Rua Antônio de Albuquerque, onde ocorreu um carnaval temporão. Um caminhão pipa, que segundo o funcionário da empresa, foi contratado pelos organizadores da manifestação, tratou de despejar mais 10 mil litros de água para refrescar os participantes. Nas outras três fontes, grupos menores tentavam fugir do calor. No quarteirão da Pernambuco, entre Getúlio Vargas e Fernandes Tourinho, a manifestação era de solidariedade. Uma casa noturna organizou show com bandas e Djs para arrecadar brinquedos para crianças carentes.