Com muito bom humor e irreverência, o movimento Praia da Estação aportou ontem na Praça Diogo Vasconcelos (Savassi), Região Centro-Sul de Belo Horizonte, depois de cinco anos de manifestações na Praça da Estação, na Área Central, desde que foi criado, em janeiro de 2010. Cerca de 300 pessoas participaram de um “ato político” em defesa da ocupação dos espaços públicos. Em mais de seis horas de protesto, não faltaram banhos nas quatro fontes da Savassi e até um caminhão com 10 mil litros de água potável foi contratado como reforço.
Por volta das 12h30, horário marcado para o começo da manifestação, poucas pessoas chegavam à Rua Pernambuco, entre a Avenida Getúlio Vargas e Rua Tomé de Souza. Passados 30 minutos, a fonte local já estava tomada de manifestantes, alguns com roupa de banho até com boia. O comerciante Leonardo Souza, que tem um restaurante no quarteirão, considerou positivo o ato. “Toda ocupação urbana é boa, desde que organizada”, disse Souza, admitindo que a falta de banheiros químicos poderia ser um problema.
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Fonte da Praça da Estação volta a funcionar neste sábadoFontes voltam a funcionar na Praça da EstaçãoTransferência da Praia da Estação para a Savassi divide opiniõesPraia da Estação é mantida na Savassi sob precupação de lojistas e alerta da polícia Praça fica lotada na primeira edição do ano da Praia da Estação em BHCasos de violência na Savassi reacendem discussão sobre a falta de segurançaComerciantes da Savassi adotam medidas para proteger patrimônio e clientesO casal de professores Maurício Krieger, de 48, e Lussandra, de 40, acostumado a passear com a filha de dois anos na Savassi, apoiou a manifestação. “Sou favorável a essa ocupação. BH não tem áreas de lazer”, pontuou Maurício. “Como protesto, acho válido, pois a cidade é carente de espaços abertos ao público”, completou Lussandra.
No melhor da praia improvisada, pouco depois das 15h, alguns minutos de apreensão. O sistema de fontes foi desligado e houve quem pensasse em uma ação da administração municipal para acabar com a manifestação. Mas logo a água voltou a jorrar e os participantes, debaixo de um sol forte, protestaram e se banharam à vontade.
A Polícia Militar acompanhou tudo de longe.
NORMALIDADE Ed Marte, de 47, integrante do movimento Praia da estação, considerou a ocupação algo normal. “Estamos aqui, aproveitando esse espaço para nos divertirmos e nos refrescarmos. As pessoas precisam usar mais os espaços públicos da cidade”. Professora de música, Pabs Andrade, de 20, também participante de movimentos sociais, comemorou o encontro, que de acordo com os organizadores teve mais de 500 pessoas. “Estamos festejando a ocupação desse importante espaço público”. O major José Domiciano, do 1º Batalhão da PM, estimou um público de 300 pessoas. Segundo ele, não foi necessário reforço policial, tendo sido realizado apenas um esquema de patrulhamento de rotina.
Depois de algumas horas na fonte da Rua Pernambuco, o grupo se dirigiu para Rua Antônio de Albuquerque, onde ocorreu um carnaval temporão.