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Estado de Minas

Participantes do movimento Praia da Estação ocupam a Praça da Savassi em mais um protesto

Apesar da preocupação de lojistas, protesto foi tranquilo e muito divertido


postado em 04/10/2015 06:00 / atualizado em 04/10/2015 08:39

Como se estivessem no litoral ou em um clube, participantes da Praia da Estação ficaram totalmente a vontade no coração da Savassi(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Como se estivessem no litoral ou em um clube, participantes da Praia da Estação ficaram totalmente a vontade no coração da Savassi (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Com muito bom humor e irreverência, o movimento Praia da Estação aportou ontem na Praça Diogo Vasconcelos (Savassi), Região Centro-Sul de Belo Horizonte, depois de cinco anos de manifestações na Praça da Estação, na Área Central, desde que foi criado, em janeiro de 2010. Cerca de 300 pessoas participaram de um “ato político” em defesa da ocupação dos espaços públicos. Em mais de seis horas de protesto, não faltaram banhos nas quatro fontes da Savassi e até um caminhão com 10 mil litros de água potável foi contratado como reforço.

Por volta das 12h30, horário marcado para o começo da manifestação, poucas pessoas chegavam à Rua Pernambuco, entre a Avenida Getúlio Vargas e Rua Tomé de Souza. Passados 30 minutos, a fonte local já estava tomada de manifestantes, alguns com roupa de banho até com boia. O comerciante Leonardo Souza, que tem um restaurante no quarteirão, considerou positivo o ato. “Toda ocupação urbana é boa, desde que organizada”, disse Souza, admitindo que a falta de banheiros químicos poderia ser um problema.

A vendedora Karolune Angélica, de 19 anos, foi crítica em relação aos manifestantes. “Acho que é uma exposição exagerada. Se querem o ocupar o espaço, que busquem outras formas mais adequadas. Mas aqui não é o espaço para se refrescar em trajes de banho. Deviam ter ido para um clube ou para uma praia”, sugeriu.

O casal de professores Maurício Krieger, de 48, e Lussandra, de 40, acostumado a passear com a filha de dois anos na Savassi, apoiou a manifestação. “Sou favorável a essa ocupação. BH não tem áreas de lazer”, pontuou Maurício. “Como protesto, acho válido, pois a cidade é carente de espaços abertos ao público”, completou Lussandra.

No melhor da praia improvisada, pouco depois das 15h, alguns minutos de apreensão. O sistema de fontes foi desligado e houve quem pensasse em uma ação da administração municipal para acabar com a manifestação. Mas logo a água voltou a jorrar e os participantes, debaixo de um sol forte, protestaram e se banharam à vontade.


A Polícia Militar acompanhou tudo de longe. Policiais em motocicletas e em uma viatura chegaram à praça e permaneceram por pouco mais de meia hora. Como o clima era de total tranquilidade, acabaram se retirando.

NORMALIDADE
Ed Marte, de 47, integrante do movimento Praia da estação, considerou a ocupação algo normal. “Estamos aqui, aproveitando esse espaço para nos divertirmos e nos refrescarmos. As pessoas precisam usar mais os espaços públicos da cidade”. Professora de música, Pabs Andrade, de 20, também participante de movimentos sociais, comemorou o encontro, que de acordo com os organizadores teve mais de 500 pessoas. “Estamos festejando a ocupação desse importante espaço público”. O major José Domiciano, do 1º Batalhão da PM, estimou um público de 300 pessoas. Segundo ele, não foi necessário reforço policial, tendo sido realizado apenas um esquema de patrulhamento de rotina.

Depois de algumas horas na fonte da Rua Pernambuco, o grupo se dirigiu para Rua Antônio de Albuquerque, onde ocorreu um carnaval temporão. Um caminhão-pipa, que, segundo o funcionário da empresa, foi contratado pelos organizadores da manifestação, tratou de despejar mais 10 mil litros de água para refrescar os participantes. Nas outras três fontes, grupos menores tentavam fugir do calor. No quarteirão da Pernambuco, entre Getúlio Vargas e Fernandes Tourinho, a manifestação era de solidariedade. Uma casa noturna organizou show com bandas e Djs para arrecadar brinquedos para crianças carentes.


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