Jornal Estado de Minas

Jovem que matou fiscal de ônibus em BH confessa crime e não se diz arrependido


“Ninguém bate na cara de homem”. Foi com essas palavras que Lucas Gomes de Oliveira, o Luquinha, de 20 anos, confessou ter assassinado a tiros o fiscal de linha Webert Eustáquio de Souza, de 33, dentro de um ônibus na Avenida Cristiano Machado, no Bairro Ipiranga, Nordeste de BH, na última quinta-feira. O jovem se apresentou à polícia nesta terça-feira por volta das 11h. Durante depoimento, mostrou frieza e falou que não está arrependido no crime, segundo o delegado Emerson Morais, responsável pelo caso. Lucas será indiciado por três crimes e, se condenado, pode pegar até 30 anos de prisão.

Depois de cometar o assassinato, Lucas fugiu para Antônio Dias, no Vale do Rio Doce, onde tem familiares. Ele estava foragido desde sexta-feira quando a Justiça acatou o pedido da Polícia Civil e decretou a prisão. Com as intensas buscas, o jovem decidiu se entregar na manhã desta terça-feira no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Junto com advogados, prestou depoimento e confessou o crime. “Ele disse que ninguém bate na cara de homem e que não ficou arrependido em nenhum momento”, conta o delegado Emerson Morais.

Webert de Souza foi baleado e morreu no início da manhã da última quinta-feira, depois de pedir a Lucas, que estava sentado na parte dianteira do coletivo, que pagasse a passagem. O homicídio ocorreu dentro de um ônibus da linha 1502 (Vista Alegre/Guarani) que trafegava na Avenida Cristiano Machado, no Bairro Ipiranga, Região Nordeste da capital.

No dia anterior, Lucas já tinha se envolvido em uma briga com fiscais por se negar pagar a passagem. A confusão aconteceu na Rua Jacuí dentro de um veículo da linha 1509. “Neste dia, os fiscais agrediram o jovem mesmo depois do amigo dele afirmar que pagaria as passagens. Os funcionários confessaram as agressões em depoimento”, afirma o delegado.


No mesmo dia, o atirador contou que foi até a empresa dos fiscais durante a tarde e não foi atendido por ninguém. A noite, foi até a Praça Sete onde disse ter comprado o revólver calibre 38 usado no crime. “Ele afirmou que pagou R$ 700 pela arma”, diz Emerson Morais.

Luquinha afirmou que comprou a arma do crime na Praça Sete por R$ 700 - Foto: Reprodução / TV Alterosa

Na quinta-feira, dia do homicídio, o jovem levou a arma. Quando o ônibus em que ele estava parou ao lado de um hotel na Avenida Cristiano Machado, novamente os fiscais ficaram frente a frente com ele. Segundo as investigações, os funcionários perguntaram se o jovem iria pagar a passagem porque não iria ter confusão. Lucas conta que se dirigiu até a roleta, sacou a arma e atirou seis vezes contra Webert, que morreu na hora. Outras duas pessoas foram atingidas.
A vítima o tinha segurado durante a confusão na véspera do crime.

Ao confessar o crime. O jovem mostrou frieza que surpreendeu o delegado. “Quando questionei a ele que a vítima era um pai de família que tem quatro filhos, disse que ele deveria ter pensado nisso antes de bater na cara de homem”, conta o delegado. Lucas será indiciado por homicídio qualificado, por motivo fútil e por meio que dificultou a defesa da vítima, tentativa de homicídio e crime de perigo comum.

Assista a reação dos passageiros no momento do assassinato:


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