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Estado de Minas

Estudante é acusada de chamar faxineira de 'macaca' em universidade do Sul de Minas

A mulher fazia a limpeza do corredor da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) quando sofreu a injúria racial por parte de uma aluna. Estudantes fizeram ato contra a ofensa


postado em 08/10/2015 19:17 / atualizado em 08/10/2015 20:22

Um caso de racismo de estudantes contra uma faxineira dentro da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) em Passos, na Região Sul de Minas Gerais, é investigado pela Polícia Civil. As funcionárias limpavam o corredor do prédio quando foram xingadas por três alunas. Uma delas, segundo o boletim de ocorrência, chamou uma das vítimas de macaca. O caso revoltou outros estudantes que fizeram uma manifestação nessa quarta-feira. As faxineiras vão prestar depoimento nesta quinta-feira. A UEMG abriu uma sindicância para apurar o ocorrido.

A injúria aconteceu na última segunda-feira. De acordo com a Polícia Civil, três funcionárias faziam a limpeza no corredor do prédio da faculdade quando as alunas começaram a se queixar do serviço. As estudantes alegaram que não era o momento de fazer a varrição, por se tratar do intervalo das aulas. Segundo o boletim de ocorrência, as três xingaram as mulheres de biscate e vaca. Em seguida, uma das estudantes virou para uma das funcionárias, que é negra, e a chamou de macaca.

A faxineira vítima da aluna fez um boletim de ocorrência na terça-feira. A Polícia Civil informou que ela representou ao delegado a vontade pela investigação. Um inquérito já foi aberto e o caso será investigado pelo delegado Paulo Queiroz. Nesta sexta-feira, ele vai ouvir as três funcionárias que foram xingadas. Na próxima semana, as estudantes devem prestar depoimento.

Em nota, a UEMG afirmou que repudia qualquer prática de discriminação, racismo ou intolerância. Disse, ainda, que foi instaurada sindicância para apurar a ocorrência, cabendo à unidade realizar as punições cabíveis, conforme o regimento da Universidade. A instituição afirmou que já solicitou que as funcionárias e as testemunhas sejam ouvidas sobre o ocorrido.

Manifestação

Rapidamente o caso repercutiu na faculdade. Nessa terça-feira um grupo de estudantes se uniu em uma manifestação. Com cartazes e até instrumentos musicais, aproximadamente 200 pessoas fizeram um ato dentro da universidade e depois saíram para as ruas. “O Coletivo SoulVoz repudia o ato de racismo que aconteceu dentro do campus da Universidade Estadual de Minas Gerais – Campus de Passos e exige que o caso seja investigado, que a aluna responsável pela ofensa e ataque às funcionárias da instituição seja devida punida e que seja oferecida às funcionárias da área serviços gerais toda a assistência necessário. O movimento negro passense acompanhará de perto o desenrolar desse processo. Nossa voz não será silenciada. Nossa luta continua dentro e fora da Universidade”, comentou o SoulVoz, de Passos, que se define grupo que discute e luta contra as múltiplas formas de opressão através do intercâmbio cultural.


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