Um canteiro de obra de urbanização do Aglomerado Santa Lúcia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi palco de um assassinato e de uma tentativa de morte, na manhã de ontem, contra dois detentos de um programa de ressocialização. Diego Miranda do Nascimento, de 31 anos, que segundo a Polícia Militar, seria o alvo dos disparos, morreu a caminho do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), ao ser socorrido por um funcionário da obra.
O homicídio ocorreu por volta das 6h de ontem, na Rua Levi Pereira Coelho. O coordenador do programa de ressocialização com detentos do regime semiaberto da Penitenciária José Maria Alkimim, localizada em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte, disse aos policiais que o grupo havia acabado de chegar em uma van, usada no transporte dos operários, e que se preparava para tomar café, para na sequência dar início as atividades, quando um homem uniformizado chegou atirando.
Em nota,a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) confirmou o crime contra os dois detentos do regime semiaberto da Penitenciária José Maria Alkim. Informou que ambos trabalhavam no canteiro de obra do Bairro Santa Lúcia e que eles foram baleados, por um homem ainda não identificado, enquanto tomavam café na empresa empregadora com outros operários. A secretaria informou que vai acompanhar as investigações da equipe da Polícia Civil, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O outro detento baleado é E.E.S.S., de 34. Atingido no olho, ele foi levado para o HPS, por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que ele segue internado, sem risco de morte.
UNIFORME Operários do canteiro de obras e as pessoas que passavam ou residem próximo à construção se assustaram com a quantidade de tiros. Eles informaram à PM que o autor do crime se aproximou do barracão que serve de ponto de apoio dos funcionários vestindo um uniforme cinza. O homem estava com duas armas nas mãos e abriu fogo contra as vítimas sem falar nada. A PM acredita que o autor do homicídio e da tentativa de morte usou o uniforme cinza para entrar no canteiro de obras sem chamar a atenção. Ainda de acordo com informações das testemunhas aos militares do 22º Batalhão da PM, Nascimento havia sido alvo de emboscadas no mesmo local em três datas anteriores. Ele e S. trabalhavam no canteiro de obras há cerca de cinco meses.