Jornal Estado de Minas

Greve de motoristas de ônibus provoca tumulto em terminal rodoviário de BH


Uma greve de motoristas da empresa ônibus Kaissara/Itapemirim provocou revolta entre passageiros que pretendiam viajar neste feriado de Nossa Senhora Aparecida. Guichês da companhia de viagem no terminal José Cândido da Silveira, no Bairro Santa Inês, Leste de Belo Horizonte, ficaram lotados de clientes insatisfeitos, na noite desta sexta-feira. Cerca de 800 consumidores foram prejudicados pela manifestação. Um deles chegou a ser depredado. Desde as 18h os clientes das transportadoras não encontram veículos para embarcar. Nas outras companhias, as atividades seguem normais.

Os passageiros contam que os motoristas entraram em greve por causa de atraso no pagamento de salários e tíquetes. A empresa teria oferecido quitar os direitos trabalhistas na segunda-feira, o que foi rejeitado pelos trabalhadores. O sindicato dos motoristas teria entrado na negociação e dito que os profissionais só voltariam ao trabalho se recebessem os atrasados.

Muitas famílias com crianças e grupos de viagens tentam uma solução do impasse com a companhia.

Os passageiros prejudicados seguiriam para destinos como Vitória (ES), Guarapari (ES) e Brasília. A Polícia Militar e a Guarda Municipal já estão no local para organizar as negociações e conter a revoltas dos passageiros, que chegaram a depredar um guichê. Até o momento, nenhum representante da empresa se manifestou oficialmente sobre o problema.

Passageiros aguardam no chão por informações e reposição de ônibus - Foto: Marcos Vieira/EM/DA PressNo meio do tumulto, uma grávida com oito meses de gestação disse que niguém a informa de nada. "Cheguei aqui 20h30 para não perder o ônibus e fiquei sabendo da greve. Até então não tinham falado nada. Estou com o pé muito inchado. Estou em pé, não tem cadeira para sentar, está superlotado", disse Vitally Geovana, de 19 anos.

A enfermeira Pâmela Alves Sousa, de 31 anos, conta que comprou a passagem há 10 dias para Guarapari.
"Iríamos embarcar às 21h20, mas o ônibus não chegou. A única coisa que eles falam é que os veículos estão presos pelo sindicato na garagem, e que não têm previsão para ser liberados", conta.

"Eu não tenho passagem direto para Campos, então vou ter que ir para Guarapari e de lá procurar outra passagem", conta Márcio, que tem uma passagem comprada pela empresa Itapemirim. Para não perder a viagem, ele optou por comprar um bilhete da Gontijo para Guarapari e, ao chegar no local, irá procurar outras alternativas para ir até seu destino.

De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), já foi feito um acordo com os motoristas e os veículos foram liberados para as viagens. No entando, ainda conforme a agência, o sindicato da categoria ainda está barrando a saída dos motoristas. Pelo menos 19 viagens estão atrasadas na noite desta sexta-feira.

Segundo o supervisor do terminal rodoviário da capital, Edson Pereira, esse tipo de paralisação é inédita em Belo Horizonte. "É a primeira vez que acontece esse tipo de greve aqui", contou Pereira, que trabalha na rodoviária há oito anos.

Movimentação no feriado


A Kaissara/Itapemirim conta com sete viagens diárias para o litoral e para Brasília. Somente nesta sexta-feira, a empresa havia elevado o número de horários e contaria com 35 coletivos saindo para esses destinos.
A São Geraldo/Gontijo, concorrente, já contava com 85 ônibus e abriu outros cinco horários a partir da meia noite, para acomodar passageiros em novas viagens. A empresa faz, normalmente, 19 viagens para esses destinos.

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