A crise que leva a Copasa a intensificar a perfuração de poços em todo o estado não se restringe às regiões mais áridas de Minas. Atinge também a Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde ontem o nível do Sistema Paraopeba voltou a bater o índice mais baixo da história, com 24,6% de acumulação no conjunto dos reservatórios do Rio Manso, Vargem das Flores e Serra Azul. Igarapé, na Grande BH, precisou de recorrer a quatro caminhões-pipa para complementar o abastecimento de água de sua população. O município é abastecido por dois sistemas produtores: o Córrego Estiva, responsável pelo atendimento de 35% da cidade, e o Sistema Rio Manso, que abastece os outros 65%. “Devido às condições extremas de estiagem na região, o Córrego Estiva, que alimenta um dos sistemas produtores, não tem apresentado vazão suficiente para captação contínua de água”, informou a Copasa.
Leia Mais
Copasa parte para a perfuração de poços contra a crise hídrica Parada emergencial deixa mais de 30 bairros de Betim sem abastecimento de água Mais quatro cidades adotam rodízio no abastecimento de água em Minas GeraisMoradores de Venda Nova denunciam estar sem água há uma semanaAfluentes do Rio São Francisco secam pela primeira vez Semana será com temperaturas elevadas e baixa umidade do ar em Minas GeraisÉ o que vem ocorrendo em várias outras cidades da Zona da Mata. Em Caratinga, a vazão normal do Córrego do Lage, responsável pelo abastecimento do município, caiu de 180 para 137 litros de água por segundo, uma queda de 23%. Na mesma região, Visconde do Rio Branco, de 30 mil habitantes, enfrenta queda da vazão do Ribeirão Piedade nos últimos anos.
Outro município da Zona da Mata que está com o abastecimento de água comprometido é Astolfo Dutra, com 11,3 mil habitantes. Para garantir o fornecimento aos moradores, a Copasa adotou o sistema de rodízio, perfurou poços e enviou caminhões-pipa. A captação Ribeirão Boa Vista está operando com 21 litros por segundo e vários bairros, ruas e praças sofrem com falta d’água.
Em Tumiritinga, Vale do Rio Doce, a localidade de São Geraldo de Tumiritinga enfrenta redução drástica no volume de água do Córrego Volta Grande e os 5,3 mil habitantes também enfrentam rodízio de água. Na mesma região, o Córrego das Laranjeiras também está secando em Divino das Laranjeiras. O consumo de água aumentou com o forte calor e o corte programado de água também foi adotado. A Copasa fez um apelo aos 5 mil moradores do lugar para evitar desperdícios. “A conscientização de todos é muito importante para que a água seja utilizada de forma racional e responsável”, diz a mensagem.
Em Mato Verde e Catuti, Norte de Minas, também há revezamento na distribuição de água, por causa da estiagem dos últimos anos e diminuição do nível da barragem Viamão, que abastece as duas cidades.
.