A Polícia Militar quer maior participação dos lojistas da Savassi para evitar furtos, roubos, arrombamentos e outras ocorrências na área nobre da Região Centro-Sul de Belo Horizonte. No mês em que a rede de comerciantes protegidos completa um ano, com três grupos em um aplicativo de celular, o comandante da 4ª Companhia do 1º Batalhão, major Renato Salgado Cintra Gil, responsável pela área, afirmou ontem que, em reuniões para tratar de normas de segurança e dar orientações, a presença de donos de estabelecimentos é muito pequena. “Promovemos encontros todos os meses, mas, no universo de 200 cadastrados, comparecem apenas de 40 a 50, e são sempre os mesmos lojistas”, disse o militar, ao lado da tenente Luana Pontes, responsável pelo setor Savassi.
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EFETIVO MAIOR Na tarde de ontem, o major Cintra e a tenente Luana apresentaram os números do levantamento sobre segurança ao diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Alexandre Runcini, para quem a Savassi é realmente uma região tranquila. Mas Runcini pede que a PM dobre a quantidade de câmeras do Olho Vivo na região, passando para 16. Da mesma forma, o diretor solicita maior efetivo na área, que compreende atualmente de 15 a 20 militares distribuídos em Patrulha de Atendimento Comunitário (telefone 190), grupo de motos, patrulha de operações e policiamento velado.
O comandante admite a necessidade de aumentar o efetivo e explicou que, de madrugada, entra em atuação o policiamento velado, com militares à paisana para garantir a segurança. “Não vemos grandes problemas na região da Savassi. Às vezes, os lojistas comentam um assunto, aquilo vai crescendo, mas as pessoas não têm conhecimento verdadeiro da ocorrência. Outra questão é que nem sempre os furtos ou roubos são na região – muitas vezes ocorrem no vizinho Bairro São Pedro e ficam, para as pessoas, como se fosse na Savassi”, defendeu.
Flanelinhas à noite e muitos moradores de rua, o tempo todo, elevam a sensação de insegurança de lojistas e consumidores, relatou Runcini ao major e à tenente. “A situação dos andarilhos foge à nossa competência, a não ser que houvesse uma denúncia de violência e agressão”, respondeu o major. “É por todos esses e outros motivos que precisamos aumentar a presença dos lojistas nas reuniões”, disse o militar, convidando para a próxima, que será dia 20, das 9h às 11h, na sede da CDL, na Rua João Pinheiro, 495, Bairro Funcionários.
Sobre eventos envolvendo multidões na Savassi, o major foi enfático: “Não somos contra”. Ele relatou que, na recente Virada Cultural, com eventos em toda a cidade, foram registrados 17 roubos no trecho entre a Praça Diogo de Vasconcelos e a Praça da Liberdade.