Jornal Estado de Minas

PM convoca lojistas da Savassi para ajudar a evitar crimes na região


A Polícia Militar quer maior participação dos lojistas da Savassi para evitar furtos, roubos, arrombamentos e outras ocorrências na área nobre da Região Centro-Sul de Belo Horizonte. No mês em que a rede de comerciantes protegidos completa um ano, com três grupos em um aplicativo de celular, o comandante da 4ª Companhia do 1º Batalhão, major Renato Salgado Cintra Gil, responsável pela área, afirmou ontem que, em reuniões para tratar de normas de segurança e dar orientações, a presença de donos de estabelecimentos é muito pequena. “Promovemos encontros todos os meses, mas, no universo de 200 cadastrados, comparecem apenas de 40 a 50, e são sempre os mesmos lojistas”, disse o militar, ao lado da tenente Luana Pontes, responsável pelo setor Savassi.

“A Savassi não é uma praça de guerra. É das regiões mais tranquilas do Centro-Sul de BH”, argumenta o major Cintra, citando levantamentos feitos pela PM. Em um comparativo com janeiro a setembro de 2014, o mesmo período deste ano teve redução de 52% nos furtos a pedestres. Quanto a furtos a estabelecimentos comerciais, a queda foi de 71%; roubo (com arma) a estabelecimentos comerciais, caiu 36%; e arrombamentos de veículos, 19%. “O único aumento foi de arrombamento a lojas, que cresceu 50%, mas temos que destacar que nos primeiros meses de 2014 houve apenas quatro ocorrências e este ano, até agora, seis”, disse o comandante. A última foi na madrugada dessa terça-feira.
Os ladrões foram flagrados pelas câmeras do sistema Olho Vivo e detidos ao sair do estabelecimento.

A insegurança dos lojistas da Savassi veio à tona no início do mês, com o arrombamento da loja do estilista mineiro Ronaldo Fraga, a qual dispõe de sistema de câmeras de videomonitoramento e alarmes. Nessa investida, de madrugada, ladrões quebraram um dos vidros da vitrine e levaram cerca de 40 peças. Foi a terceira vez que o estabelecimento, localizado há sete anos no número 81 da Rua Fernandes Tourinho, foi arrombado. A ação foi flagrada pelas câmeras da loja. De acordo com o estilista, homens encapuzados entraram pela abertura na vitrine.

EFETIVO MAIOR Na tarde de ontem, o major Cintra e a tenente Luana apresentaram os números do levantamento sobre segurança ao diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Alexandre Runcini, para quem a Savassi é realmente uma região tranquila. Mas Runcini pede que a PM dobre a quantidade de câmeras do Olho Vivo na região, passando para 16. Da mesma forma, o diretor solicita maior efetivo na área, que compreende atualmente de 15 a 20 militares distribuídos em Patrulha de Atendimento Comunitário (telefone 190), grupo de motos, patrulha de operações e policiamento velado.
Conforme a PM, a maior parte de roubos ao comércio e a pedestres ocorre das 17h às 23h. Como medida de segurança, os militares acham importante que os estabelecimentos não tenham vitrines aparentes, procurando adotar porta aço (de enrolar) ou grade.

O comandante admite a necessidade de aumentar o efetivo e explicou que, de madrugada, entra em atuação o policiamento velado, com militares à paisana para garantir a segurança. “Não vemos grandes problemas na região da Savassi. Às vezes, os lojistas comentam um assunto, aquilo vai crescendo, mas as pessoas não têm conhecimento verdadeiro da ocorrência. Outra questão é que nem sempre os furtos ou roubos são na região – muitas vezes ocorrem no vizinho Bairro São Pedro e ficam, para as pessoas, como se fosse na Savassi”, defendeu.

Flanelinhas à noite e muitos moradores de rua, o tempo todo, elevam a sensação de insegurança de lojistas e consumidores, relatou Runcini ao major e à tenente. “A situação dos andarilhos foge à nossa competência, a não ser que houvesse uma denúncia de violência e agressão”, respondeu o major. “É por todos esses e outros motivos que precisamos aumentar a presença dos lojistas nas reuniões”, disse o militar, convidando para a próxima, que será dia 20, das 9h às 11h, na sede da CDL, na Rua João Pinheiro, 495, Bairro Funcionários.

Sobre eventos envolvendo multidões na Savassi, o major foi enfático: “Não somos contra”. Ele relatou que, na recente Virada Cultural, com eventos em toda a cidade, foram registrados 17 roubos no trecho entre a Praça Diogo de Vasconcelos e a Praça da Liberdade.
Na ocasião, foram presas 16 pessoas. “Nessas aglomerações, há gente de todo canto e esse número de ocorrência é muito maior do que temos em um ano inteiro na Savassi”, disse o major..