O casal Pedro Resende, de 28 anos, e Izabella Andrade, de 25, procurou o sopé da Serra do Curral, para tentar fugir do calor infernal que assola a capital mineira neste mês. O palco para a comemoração de três anos de namoro foi a Praça do Papa. “Um casal de amigos nos sugeriu comemorar aqui, pois é mais fresco que a Savassi”, contou Pedro. Mas nem todos puderam fugir para a montanha como eles, e amargaram mais um dia de calor semelhante ao do Rio de Janeiro, com a umidade relativa do ar inferior à de Brasília, capitais conhecidas pela alta temperatura e pelo clima seco, respectivamente.
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Fortini explica que o calor e a baixa umidade podem causar uma série de alterações no corpo. Uma das principais, detalha o médico, é o ressecamento das mucosas, que no caso do sistema respiratório pode provocar rinite e até infecções. Já a secura nos olhos pode provocar lesão da córnea. “É importante lubrificar com soluções e colírios”, recomenda o médico.
Para evitar os efeitos da seca e do calor, o médico Oswaldo Fortini recomenda beber pelo menos dois litros e meio de água por dia. O trio de amigos Cícero Nogueira, de 21 anos, Bernardo Botelho, também de 21, e Daniel Viegas, de 22, não descuidou da hidratação e na tarde de ontem bebiam água mineral e água de coco.
O Oswaldo Fortini alerta para atenção especial com as crianças e idosos. “O calor pode levar os idosos a ter até confusão mental”, explica Fortini.
O meteorologista Heriberto dos Anjos, do instituto TempoClima, da PUC Minas, explica que a onda de calor se deve ao fenômeno El Niño, que atua no Oceano Pacífico e influencia a temperatura em todo o planeta. “O El Niño afeta os padrões de vento de todo o globo. No Brasil, deixa o tempo mais quente na região Sudeste e muito seco no Nordeste e em parte da Região Norte. Já no Sul do país, provoca muita chuva”, detalha.
Heriberto destaca que a média histórica do mês de outubro é de 27,2°C, mas que nos treze primeiros dias deste mês a temperatura média vem sendo de 30°C. “A tendência para a primavera é ser muito quente”, avalia. De acordo com os estudos meteorológicos, não há previsão de chuva pelo menos até o fim da semana.
CHUVA O meteorologista Ruibran dos Reis, do ClimaTempo, afirma que o El Niño deste ano é tido como o mais intenso dos últimos 65 anos e que em Minas Gerais, durante a ocorrência deste fenômeno em 1982 e 1983 e 1997 e 1998, choveu abaixo da média até dezembro, o que deve acontecer novamente. Porém, Ruibran destaca que nos meses de janeiro, fevereiro e março o volume de chuva volta para a média histórica, com exceção do Vale do Jequitinhona e Norte de Minas, que seguirão sofrendo com a falta de chuva.
O meteorologista do 5° distrito do Inmet, Luiz Ladeia, prevê que outubro seguirá com a umidade do ar muito baixa. Ele destaca que há possibilidade de o índice chegar a 10% no Triângulo Mineiro. Nos treze primeiros dias de outubro, a média em Belo Horizonte foi de 42,5%, inferior à média histórica de 68,3%. A média da umidade considera os valores medidos em três horários do dia: 9h, 15h e 21h.
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