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Estado de Minas

Calor e umidade muito baixa põem BH perto do estado de emergência

Tendência é de que a combinação, considerada péssima para a saúde, se mantenha


postado em 15/10/2015 06:00 / atualizado em 15/10/2015 12:37

Capital teve calor do Rio com tempo seco semelhante ao de Brasília. Meteorologistas culpam El Niño(foto: Fotos: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Capital teve calor do Rio com tempo seco semelhante ao de Brasília. Meteorologistas culpam El Niño (foto: Fotos: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

O casal Pedro Resende, de 28 anos, e Izabella Andrade, de 25, procurou o sopé da Serra do Curral, para tentar fugir do calor infernal que assola a capital mineira neste mês. O palco para a comemoração de três anos de namoro foi a Praça do Papa. “Um casal de amigos nos sugeriu comemorar aqui, pois é mais fresco que a Savassi”, contou Pedro. Mas nem todos puderam fugir para a montanha como eles, e amargaram mais um dia de calor semelhante ao do Rio de Janeiro, com a umidade relativa do ar inferior à de Brasília, capitais conhecidas pela alta temperatura e pelo clima seco, respectivamente.



De acordo com a medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de Belo Horizonte, a umidade chegou a 13% na tarde de ontem, na Pampulha, contra 15% na capital federal. Já a temperatura máxima registrada foi de 34°C, a mesma da capital fluminense. A combinação é perigosa para a saúde humana, e deve continuar pelos próximos dias. “É péssimo”, resume o presidente do departamento de Clínica Médica da Associação Médica de Minas Gerais, o médico Oswaldo Fortini. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera  medições entre 12% e 20% como estado de alerta. Abaixo de 12% a situação já é considerada de emergência.


Fortini explica que o calor e a baixa umidade podem causar uma série de alterações no corpo. Uma das principais, detalha o médico, é o ressecamento das mucosas, que no caso do sistema respiratório pode provocar rinite e até infecções. Já a secura nos olhos pode provocar lesão da córnea. “É importante lubrificar com soluções e colírios”, recomenda o médico.

Para evitar os efeitos da seca e do calor, o médico Oswaldo Fortini recomenda beber pelo menos dois litros e meio de água por dia. O trio de amigos Cícero Nogueira, de 21 anos, Bernardo Botelho, também de 21, e Daniel Viegas, de 22, não descuidou da hidratação e na tarde de ontem bebiam água mineral e água de coco.

O Oswaldo Fortini alerta para atenção especial com as crianças e idosos. “O calor pode levar os idosos a ter até confusão mental”, explica Fortini. Já as crianças, detalha, podem ficar mais prostradas e ter as defesas do organismo reduzidas. Outra recomendação é usar roupas claras e leves e evitar atividades ao ar livre das 10h às 16h.

O meteorologista Heriberto dos Anjos, do instituto TempoClima, da PUC Minas, explica que a onda de calor se deve ao fenômeno El Niño, que atua no Oceano Pacífico e influencia a temperatura em todo o planeta. “O El Niño afeta os padrões de vento de todo o globo. No Brasil, deixa o tempo mais quente na região Sudeste e muito seco no Nordeste e em parte da Região Norte. Já no Sul do país, provoca muita chuva”, detalha.

Heriberto destaca que a média histórica do mês de outubro é de 27,2°C, mas que nos treze primeiros dias deste mês a temperatura média vem sendo de 30°C. “A tendência para a primavera é ser muito quente”, avalia. De acordo com os estudos meteorológicos, não há previsão de chuva pelo menos até o fim da semana. Estudos preveem um El Niño mais rigoroso do que o ocorrido nos anos de 1997 e 1998, considerado um dos mais extremos da história.

CHUVA O meteorologista Ruibran dos Reis, do ClimaTempo, afirma que o El Niño deste ano é tido como o mais intenso dos últimos 65 anos e que em Minas Gerais, durante a ocorrência deste fenômeno em 1982 e 1983 e 1997 e 1998, choveu abaixo da média até dezembro, o que deve acontecer novamente. Porém, Ruibran destaca que nos meses de janeiro, fevereiro e março o volume de chuva volta para a média histórica, com exceção do Vale do Jequitinhona e Norte de Minas, que seguirão sofrendo com a falta de chuva.

O meteorologista do 5° distrito do Inmet, Luiz Ladeia, prevê que outubro seguirá com a umidade do ar muito baixa. Ele destaca que há possibilidade de o índice chegar a 10% no Triângulo Mineiro. Nos treze primeiros dias de outubro, a média em Belo Horizonte foi de 42,5%, inferior à média histórica de 68,3%. A média da umidade considera os valores medidos em três horários do dia: 9h, 15h e 21h.


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