A.J.F., de 20 anos, se apresentou nesta quinta-feira à Delegacia de Polícia Civil de Nova Serra, no Centro-Oeste de Minas Gerais. Ele já havia sido identificado pela polícia e confessou ter atirado no casal Itamar Lopes dos Santos, de 41 anos, e Ivanilda da Silva Santos, de 44, em junho. O assassinato brutal foi encomendado pelo filho do casal, J.D.S., de 22 anos, e contou ainda com a participação de V.C.L., de 20. Ambos também estão presos.
As investigações da Polícia Civil da cidade, que estão praticamente concluídas, apontam que J.D.S. teria contratado os dois jovens para matar, além dos pais, o irmão mais novo, que escapou. A motivação seria a herança da família. De acordo com a delegada de Nova Serrana Elenita Batista Lopes, os acusados irão a júri, podendo pegar, cada, até 60 anos de prisão.
O crime foi em 3 de junho, véspera do feriado de Corpus Christi. O casal foi abordado em uma estrada da zona rural de Nova Serrana e cada um recebeu seis tiros. Os dois contratados para a execução ainda levaram cerca de R$ 7 mil que estavam com as vítimas, celulares e pertences pessoais, para que o crime parecesse latrocínio.
Ainda de acordo com a investigação, V. seria o elo com as vítimas. Foi ele quem abordou o veículo na estrada e pediu que parassem para que A. entrasse na caminhonete. Os dois renderam o casal, que foi obrigado a dirigir até o povoado de Areias, em Leandro Ferreira, a cerca de 24 quilômetros de Nova Serrana. "O combinado foi de R$ 10 mil por pessoa. No dia, o filho mais novo, de 15 anos, iria para o sítio com os pais, mas acabou decidindo ficar em casa", relata Freitas.
O delegado afirma que em no máximo 25 dias o inquérito será finalizado e que os envolvidos podem ser condenados por duplo homicídio triplamente qualificado, sendo as qualificações motivo torpe, promessa de recompensa e crime mediante traição e emboscada. "Conseguimos levantar provas que encriminam os três, sendo o filho das vítimas o mentor das ações. Confirmamos que, no dia do crime, ele ligou 22 vezes para um dos comparsas", revela o delegado. (Com informações de Rodrigo Melo)