De mãos dadas e olhos fixos na imagem de Nossa Senhora, Cláudio Mateus de Camargos, de 45 anos, e Cláudio Mateus de Camargos Júnior, de 16, cumprem uma tradição que, para o pai, representa o milagre da vida do filho caçula. Pouco depois de nascer, o bebê ficou internado no hospital durante 33 dias, levando muito sofrimento a Cláudio e à mulher, Magna, residentes em Martinho Campos, na Região Centro-Oeste de Minas. “Começou com uma gripe, evoluiu para pneumonia e culminou num derrame pleural”, recorda-se o pai.
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Frei Luiz explica que, conforme ensinou Santo Agostinho, milagre é “todo acontecimento maravilhoso ligado à fé de quem reconhece a graça de Deus”. A respeito dos relatos de cura milagrosa de doenças e de outras graças alcançadas por intercessão de Nossa Senhora e dos santos, ele diz que o mais importante está na recuperação da fé e percepção de que Deus se manifesta em todas as realidades da vida.
A paróquia de BH foi criada em 1962 e, desde então, as pessoas chegam à igreja para agradecer, colocando a correia no pulso ou guardando-a na carteira ou na bolsa. Nos últimos 53 anos, Elza Alves da Silva, de 79, participa das cerimônias da bênção e, como prova da fidelidade católica, guarda sua primeira correia. Em casa, no Bairro Santa Inês, na Região Nordeste de BH, ela conta que transmitiu o costume à filha Eliana Maria da Silva, professora. “Já conquistei muitas graças, comprei minha casa, criei minha família e sou casada há 60 anos”, orgulha-se Elza.
SANTUÁRIOS A origem da tradição da fita de couro está na história de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, para quem Nossa Senhora teria aparecido e lhe dado a correia que carregava na cintura, a fim de consolá-la pela recente viuvez e pelos desvarios do filho. Já na antiga Judeia, conforme os estudos, era costume as mulheres andarem com as tiras de couro simbolizando a virgindade. Para os católicos, é ainda um sinal de conforto para os aflitos, força para famílias desagregadas e de alento para quem perde a esperança..