Depois de dois dias de temperaturas acima dos 37°C em Belo Horizonte, o suficiente para bater o recorde de calor em 105 anos de medição na capital mineira, médicos alertam a população para os problemas que a combinação de altas temperaturas e tempo seco pode causar, principalmente em crianças e idosos. A previsão dos meteorologistas é que situações como a de sexta-feira, quando BH registrou 37,4°C, dia mais quente da história, podem se repetir ainda este ano, graças ao El Niño – fenômeno que aquece a temperatura da água no Oceano Pacífico, na costa do Peru e do Equador. Uma massa de ar seco estacionou sobre o Sudeste do país e, além de elevar os termômetros, derrubou a umidade relativa do ar. Por isso, é preciso ter bastante atenção com a hidratação e também com os efeitos do sol, já que os atendimentos por desidratação ou insolação aumentam bastante nesta época do ano, segundo os médicos. Ontem, o aumento da nebulosidade melhorou a qualidade do ar e fez com que a temperatura máxima ficasse em 31,2°C, aliviando um pouco a vida dos belo-horizontinos.
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A pediatra do HPS João XXIII Marislaine Lumena de Mendonça lembra também da importância de redobrar a atenção com as crianças neste período de calorão e tempo extremamente seco. A médica ressalta os mesmos cuidados na hidratação, principalmente porque as crianças mais novas ainda não têm autonomia para pegar água sozinhas, o que demanda atenção dos pais. Porém, ela lembra da necessidade de ingerir alimentos frescos, pois no calor aumenta a chance de comer algo estragado. “Nesse caso, aparecem mais facilmente as diarreias, e a hidratação, mais uma vez, se torna muito importante. Água, sucos e frutas como melancia, laranja e melão, que possuem grande quantidade de água, são boas opções”, afirma a médica.
Ela também destaca a necessidade de evitar longas exposições ao sol, principalmente entre as 10h e as 16h.
Atento aos riscos, Cleisson Silva Peres não descuidou ontem da hidratação do filho Gabriel, durante passeio na Praça da Liberdade. Como as fontes e bebedouros não estavam funcionando, ele usou água mineral também para refrescar a pele da criança. Maria Lúcia Wanderley também não se descuidou e abriu uma sombrinha para se proteger do sol durante passeio na mesma praça.
RISCO NA ÁGUA A pediatra Marislaine Lumena faz um alerta especial para o risco de afogamento de crianças no período de calor intenso, por conta do aumento, por exemplo, do uso das piscinas para aplacar as altas temperaturas. De acordo com ela, a segunda causa mais comum de morte de crianças de 1 a 14 anos por acidentes no Brasil é o afogamento. Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), 53% dos casos ocorrem em piscinas. “Crianças até quatro anos de idade podem se afogar em superfícies com pouca água. Se ela cai de face, não consegue levantar e pode se afogar.
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