Incêndios continuam devastando Minas Gerais. Nesta segunda-feira pelo menos 22 unidades de conservação estão sendo consumidas pelo fogo. Uma das ocorrências é no Parque Nacional da Serra do Cipó, na Região Central. Dois grandes focos estão descontrolados na área de preservação ambiental, uma próxima a Serra dos Alves, em Itabira, e outra na Região do Rio da Garça. A suspeita é que o fogo tenha sido criminoso. O governo deu início ao plano de ações emergenciais para reforçar as ações contra queimadas no Estado.
Leia Mais
Governo já põe em ação plano emergencial para combate a incêndios em Minas Bombeiros continuam monitorando a Serra do Rola-MoçaBombeiros registram mais de 200 incêndios no fim de semana em BH e região metropolitanaSeca põe 113 cidades de Minas em emergênciaParque Estadual do Rola-Moça e Parque Nacional da Serra do Cipó sofrem com incêndiosParque Nacional da Serra do Cipó é fechado para combate a focos de incêndioMinistério Público aponta falta de planejamento e investimento ambiental em MinasCombate a incêndio no Parque Nacional da Serra do Cipó vai continuar durante a noiteAs chamas estão concentradas na Serra dos Alves e na Região do Rio da Garça. A localidade das linhas de fogo atrapalha no combate. Ao todo, 35 homens, entre brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e voluntários, trabalham com o auxílio da aeronave da Polícia Militar (PM). “Na Serra dos Alves, o pessoal está conseguindo dá o combate e controlar as linhas de incêndio. No caso do Rio da Garça, temos muita fumaça e várias linhas de fogo.
Os dois focos estão em locais longe da sede que pode chegar apenas, a pé, de carro ou com animais. O percurso é de aproximadamente cinco horas. “Esssa situação complica o combate do incêndio, pois neste momento tem muita fumaça o que impede a visibilidade da aeronave”, comenta o chefe do parque.
Situação de emergência
O governador Fernando Pimentel (PT) aprovou integralmente o plano de ações emergenciais para reforçar as ações contra incêndios em Minas e autorizou a contratação de veículos, aeronaves e equipamentos para o combate às chamas que estão destruindo unidades de conservação no estado. Ao todo, o plano terá um custo de R$ 8,8 milhões.
De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Sávio Souza Cruz, as medidas começaram a ser adotadas nesta segunda-feira. O trabalho de combate aéreo, que hoje conta com 10 aeronaves, terá reforço com a contratação de 300 horas de voo de três aviões air track (modelo 802 F) – com capacidade para transportar 2 mil litros de água – e de 180 horas de voo de três helicópteros.
Para o trabalho em terra, o pacote inclui a locação de 12 caminhões-pipa, com canhões para lançar até 10 mil litros de água cada, e de 30 diárias de caminhonetes 4x4, para transportar motobombas com reservatório de 700 litros d'água. Os veículos serão usados, entre outras situações, para adentrar em áreas onde caminhões-pipa não têm acesso. Além disso, serão adquiridos 120 sopradores costais, usados para direcionamento do fogo; 400 kits de equipamentos de proteção individual para brigadistas e funcionários dos parques e mais 40 conjuntos de motobombas de 700 litros. (Com informações de Valquíria Lopes)
Unidades em chamas
Sete focos na Área de Proteção Ambiental Especial Alto Mucuri (Caraí, Catuji, Itaipé, Ladainha, Malacacheta, Novo Cruzeiro, Poté, Teófilo Otoni)
Parque Estadual Serra do Rola Moça (RMBH)
Monumento Natural Serra da Piedade (Caeté)
Parque Estadual Serra do Cabral (Buenópolis e Joaquim Felício)
Parque Estadual Verde Grande (Matias Cardoso)
Parque Estadual do Brigadeiro (Zona da Mata)
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari (Chapada Gaúcha e Urucuia)
Área de Proteção Ambiental Rio Pandeiros (Januária e Bonito de Minas)
Quatro focos na Área de Proteção Ambiental Cochá e Gibão (Januária e Bonito de Minas)
Dois focos na Área de proteção Especial Todos os Santos (Teófilo Otoni)
Parque Estadual do Biribiri (Diamantina)
Parque Estadual Mata do Limoeiro (Itabira).