Os trabalhos para tentar conter o incêndio no Parque Nacional da Serra do Cipó, na Região Central de Minas Gerais, continuaram nesta terça-feira e a unidade de conservação deve permanecer fechada para visitação nessa quarta.
Até o fim da tarde desta terça, Brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aguardavam a chegada de um segundo helicóptero para ajudar no transporte até os focos, em pontos de difícil acesso. Um helicópetro da Polícia Militar também está no local. A mata, que fica na Serra dos Alves, em Itabira, tem 33.800 hectares e o fogo está longe da sede. Brigadistas e voluntários passaram a noite tentando controlar as chamas. A unidade de conservação foi fechada para visitação por segurança e por falta de pessoal para atender ao público.
Na tarde de segunda-feira, os brigadistas conseguiram conter as chamas na Região do Rio da Garça e no Canyon das Bandeirinhas. Nesta terça-feira, aproximadamente 80 pessoas estão empenhados no combate na Serra dos Alves. A visitação está suspensa por causa das queimadas. “O parque foi fechado para visitação por motivos de segurança e também porque todos os funcionários estão envolvidos no combate. Por isso, não temos condições de atender os visitantes”, afirma Cerezo.
Mais focos no estado
De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), os focos de incêndio que atingem as unidades de conservação do estado aumentaram ao longo desta terça-feira.
No fim desta tarde, 19 focos de incêndios florestais atingem 11 Unidades de Conservação do Estado e são combatidos nas seguintes regiões: Parque Estadual Serra do Cabral (Buenópolis e Joaquim Felício), Parque Estadual Verde Grande (Matias Cardoso), Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (Zona da Mata), Parque Estadual do Biribiri (Diamantina), Parque Estadual Mata do Limoeiro (Itabira), Parque Estadual Pico do Itambé (Santo Antônio do Itambé, Serro e Serra Azul de Minas), Área de Proteção Ambiental Águas Vertentes (Couto de Magalhães de Minas, Diamantina, Felício dos Santos, Rio Vermelho, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas, Serro), Monumento Natural Várzea do Lageado e Serra do Raio (Serro), dois focos na Área de Proteção Ambiental Cochá e Gibão (Januária e Bonito de Minas), dois focos de incêndio na Área de proteção Especial Todos os Santos (Teófilo Otoni), seis focos na Área de Proteção Ambiental Especial Alto Mucuri (Caraí, Catuji, Itaipé, Ladainha, Malacacheta, Novo Cruzeiro, Poté, Teófilo Otoni).
Queimadas sem trégua
Minas Gerais vem sofrendo com os incêndios. No último fim de semana, o estado decretou estado de emergência por causa das queimadas. Nessa segunda-feira, pelo menos 22 unidades de conservação haviam sido atingidas pelas chamas. O governador Fernando Pimentel (PT) aprovou o plano de ações emergenciais para reforçar as ações e autorizou a contratação de veículos, aeronaves e equipamentos para o combate às chamas. Ao todo, o plano terá um custo de R$ 8,8 milhões.
De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Sávio Souza Cruz, as medidas começaram a ser adotadas. O trabalho de combate aéreo, que hoje conta com 10 aeronaves, terá reforço com a contratação de 300 horas de voo de três aviões air track (modelo 802 F) – com capacidade para transportar 2 mil litros de água – e de 180 horas de voo de três helicópteros.
Para o trabalho em terra, o pacote inclui a locação de 12 caminhões-pipa, com canhões para lançar até 10 mil litros de água cada, e de 30 diárias de caminhonetes 4x4, para transportar motobombas com reservatório de 700 litros d'água. Os veículos serão usados, entre outras situações, para adentrar em áreas onde caminhões-pipa não têm acesso. Além disso, serão adquiridos 120 sopradores costais, usados para direcionamento do fogo; 400 kits de equipamentos de proteção individual para brigadistas e funcionários dos parques e mais 40 conjuntos de motobombas de 700 litros. (Com informações de Valquíria Lopes e Paula Carolina)