O calor em Belo Horizonte deu uma trégua ontem de madrugada, chegando a 16,8 graus, por causa da aproximação de uma frente fria que já está atuando em pontos isolados de São Paulo. No entanto, no meio da tarde os termômetros voltaram a subir e marcaram 34,8 graus, com umidade relativa do ar em 26%. Hoje, a temperatura deve aumentar ainda mais, podendo chegar a 36 graus no meio da tarde, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
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Belo Horizonte tem maior temperatura de outubro e calor continua à noite, com registro de 29ºC por volta das 20hApós o dia mais quente da história, calor vai continuar em BH neste sábadoCalor faz adultos e crianças buscarem cachoeiras, praças e parques na Grande BHInternautas criam memes sobre o dia mais quente da história em Belo Horizonte; vejaMineiras reinventam PF e fazem marmitex doce para PáscoaChuva fraca alivia o calor em Belo Horizonte e região metropolitana nesta quarta-feiraO alívio já vem sendo esperado há muito tempo pelos belo-horizontinos. No último dia 16, a capital mineira atingiu a maior temperatura já registrada desde 1910, quando começaram as medições.
Um clima que mudou a rotina das pessoas e de seus animais de estimação. Pretinha e seus filhotes Átila e Maria Amora, da raça Shih Tzu, originária do Tibete, andam recebendo mimos especiais da dona, a arquiteta Daniela Sampaio Drummond, de 21 anos. Por recomendação do treinador, os três estão tomando água de coco fresca e brincando com cubos de gelo. “A gente joga o gelo no chão e eles ficam correndo atrás”, conta a dona.
Segundo a arquiteta, seus cães não querem mais sair do banheiro, da cozinha e de outros cômodos que têm piso mais frio. “Ficam mais quietos com o calor. Passam a maior parte do tempo deitados”, observa a dona. Os passeios com os animais também estão mais curtos, pois eles se rendem e param no meio do caminho, comenta a arquiteta, que passou a tosar os pets com mais frequência, outra forma de aliviar o desconforto.
Em um Pet Hotel da Pampulha, alguns cães se refrescam na piscina.
Com o calor, os “hóspedes” são mantidos soltos nas áreas mais frescas. Alguns usam a água de beber para se molhar e toda hora o bebedouro precisa ser reabastecido. “Outro cuidado é na hora de passear. O chão não pode estar muito quente e por isso só saímos com eles pela manhã e à tarde, quando o sol está mais fraco”, disse Priscila.
Cristina Sabina da Silva, de 33, que trabalha em um shopping para animais da Avenida Bernardo Monteiro, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de BH, fazia a média de três tosas por dia. Agora, com o calor, chegar a atender oito animais. “Com a crise econômica, os banhos e tosas caíram bastante.
E as gentilezas não param por aí. Potes de sorvete para cães acabaram em uma farmácia de manipulação da Rua Cláudio Manoel, também no Bairro Funcionários. “Todo mundo está comprando sorvete para seus cães, por causa do calor. As vendas dobraram. A gente sempre pede mais para o fornecedor, mas acaba rapidinho”, disse. O estoque de uma das marcas de picolés para cachorro está quase no fim. “Temos só uma caixa com sabores morango, creme, banana e carne. O que mais sai é o de morango”, conta a farmacêutica Adriana Oliveira, lembrando que os produtos não têm lactose, açúcar ou gordura trans.
DISPUTA
Quem não tem cão, também caça uma forma de se refrescar. Na casa da designer de joias Sabrina Hauque, de 35, o único climatizador é disputado pela família inteira, mas a filha Sophia, de 11, é a privilegiada na hora de dormir.