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Estado de Minas

Aluguel de loja de Ronaldo Fraga na Savassi vira polêmica nas redes sociais

Enquanto filha da locatária afirma que inquilino deve pagamentos, estilista alega que controvérsia pode ter sido motivada por placa colocada por ele no local. Fraga também diz que pagou os aluguéis em juízo, e que se mudará do ponto


postado em 21/10/2015 21:15 / atualizado em 22/10/2015 08:02

Estilista colocou faixa de protesto após ter a loja arrombada(foto: Ronaldo Fraga/Divulgação)
Estilista colocou faixa de protesto após ter a loja arrombada (foto: Ronaldo Fraga/Divulgação)

Uma questão financeira envolvendo o estilista Ronaldo Fraga e a locatária do imóvel em que sua loja está instalada, na Rua Fernandes Tourinho, na Savassi, Região Centro-Sul de BH, vem repercutindo nas redes sociais e já chegou à Justiça. Segundo a família da proprietária, o estilista deve aluguéis da loja. Fraga, por sua vez,  acredita que um dos motivos para a polêmica é a placa que ele instalou no local após ter sido vítima de ladrões, que poderia prejudicar o ponto.

O caso veio à tona no último domingo, depois que a doutora em literatura e diretora da Faculdade de Comunicação da PUC, Glória Gomide, publicou um post em seu perfil no Facebook, explicando que o inquilino estava em dívida com a mãe dela, que tem 86 anos. O nome de Ronaldo Fraga não é citado, mas ela fala em “um senhor que costura e se apresenta como um grande artista”. Outras pessoas acabaram identificando o estilista. “(...) este senhor, há anos não paga em dia o aluguel, atrasando sempre um ou dois ou três meses. Em agosto, minha mãe entrou com ordem de despejo. Ele ainda não saiu e ainda não pagou”, diz Glória na postagem, acrescentando: “Este senhor culpa a administração municipal, estadual e nacional por um assalto à sua [sic] loja da Savassi. Não, meus amigos, este senhor sai da loja simplesmente porque não é um bom pagador”.

Em entrevista ao em.com.br nesta quarta-feira, Fraga disse considerar a situação “lamentável”, e deu sua versão para o caso. “Estamos nos mudando para uma nova loja. Dois meses atrás, quando comunicamos, eles falaram: 'Ok, mas vão ter que pagar um novo aluguel'. Não concordei com o aumento, porque estou saindo”, explica. “Eles não mandaram os boletos e os advogados me orientaram a pagar em juízo. Como você paga X e criam um aumento exorbitante porque você diz que está saindo?”, questiona o estilista.

Segundo Fraga, a polêmica envolve dois meses de aluguel. Ele disse que ainda não foi notificado sobre o despejo e foi surpreendido pela postagem no Facebook no domingo, véspera de um desfile. Em 2 de outubro, a loja do estilista foi arrombada e várias peças foram levadas. Na semana seguinte, em protesto contra a falta de segurança na região, ele cobriu a vitrine quebrada com uma placa onde se lê: “Como as roupas são bem estranhas, não vai ser difícil de reencontrá-las, disse o policial. Amiguinho, e quem disse que quero só roupas? Quero saúde, educação, segurança e cultura! E ver os bandidos públicos do municipal, estadual e federal catando pulgas em ratos na cadeia”.

O estilista e a proprietária do imóvel não se encontraram. Os contatos foram feitos por meio da imobiliária responsável pela locação. Ele acredita que a placa pode ter sido o estopim para a divulgação do caso. “Esse ódio todo foi por causa da placa. Não vou tomar medida nenhuma, a Justiça está do meu lado, o que a Justiça definir eu farei. Eles não podem aumentar esse aluguel por causa de uma saída.” Sobre a repercussão do caso na internet, ele comenta: “Curioso esse compartilhamento ter tido cunho político também. Na ocasião (do assalto à loja) eu não queria que viesse a público, mas a nova loja fica pronta em um mês”, diz. Sem divulgar a data em que pretende deixar a Savassi, Fraga adiantou que o futuro ponto será instalado em outra região.

OUTRO LADO Glória Gomide confirma que Ronaldo Fraga é inquilino do imóvel há sete anos, e alega que na maior parte do tempo houve atraso no aluguel. Segundo ela, a família está fazendo um levantamento de todos os meses em que houve atrasos. Ela nega que o valor tenha sido reajustado. “O aluguel é de R$ 12 mil. Não teve reajuste, porque reajuste em cima de zero não existe”, diz. “O que houve é o seguinte: tem o reajuste anual, e nem foi computado, porque estava em atraso, nem teve como ser reajustado.” Ela também diz que o estilista não comunicou sobre a saída do ponto na Savassi. “Ele nunca disse que ia sair. Nós que pedimos o imóvel. A ação de despejo entrou em 25 de agosto, meses antes.”

Sobre a placa de protesto contra o crime na Savassi, Glória diz ter ficado incomodada, mas sustenta que nada foi dito ao inquilino. Ela acha que o ato difama a região, ponto turístico da cidade, e o local onde ela e sua família nasceram, mas sustentar querer é que o estilista pague a dívida que tem com sua mãe. “Aquele post meu no Facebook foi um post leve, não o identifiquei, mas foi um desabafo em que estou defendendo a minha mãe, estou defendendo a Savassi”, afirma.

O Fórum Lafayette confirma que há uma ação de despejo por falta de pagamento cumulado com cobrança contra a empresa do estilista, de 25 de agosto. Conforme a assessoria e imprensa do fórum, consta no processo que os aluguéis de julho e agosto não foram pagos. O valor total, com as multas que estão sendo reclamadas, é de R$ 37.564,07. Há cinco pessoas qualificadas como réus, mas o nome do estilista não se encontra entre elas. Eles aparecem como fiadores e principais pagadores.


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