Agindo como as quadrilhas do velho Oeste, um grupo de oito assaltantes invadiu uma fazenda em Jequitaí, na Região Norte de Minas Gerais, e roubou 110 cabeças de gado. O ataque ocorreu no fim da tarde de segunda-feira, quando os criminosos, usando cinco carretas de transporte de gado e fortemente armados, chegaram à propriedade, às margens da BR-265, e renderam os empregados.
O proprietário da fazenda e dos animais roubados, Marcos Bossi de Paula, acredita que os ladrões já conheciam o funcionamento da fazenda. “Prenderam todo mundo. Obrigaram os vaqueiros a separar o gado e embarcar todos nas carretas. Eram 110 cabeças e cada animal pesa 12 arrobas,” explica o fazendeiro.
Os funcionários foram intimidados e ameaçados pelos criminosos. “Estavam fortemente armados. Pelo modo como agiram, era uma quadrilha especializada nesse tipo de roubo. Sabiam de tudo que acontecia lá.
O grupo deixou a propriedade por volta das 21h. A polícia foi chamada e fez rastreamento na região, porém, sem sucesso. Segundo o fazendeiro, os veículos usados pelos criminosos foram vistos na BR-365, próximo a Pirapora. “Estamos assustados com isso. Esse tipo de crime se tornou frequente na região. Tenho a fazenda desde 1972 e esta foi a primeira vez que aconteceu comigo, mas há muitas vítimas. Como vou viver na fazenda desse jeito?”, questiona.
A Polícia Civil confirmou que foram roubadas 110 cabeças de gado.
O aumento da violência no campo vem fazendo os donos das propriedades mudarem os hábitos. Antes, buscavam as fazendas para morar, mas, agora, estão tendo que se mudar para as cidades. “Não temos a segurança urbana que é oferecida. Não temos patrulhamento, a polícia que atua no campo, que é a Polícia Ambiental, serve para fiscalizar o produtor. Agora, se alguém for assaltado, ela não faz nada para ajudar, pois tem a função de fiscalização e não de repressão.
O superintendente diz que não há estatísticas exatas sobre roubos de gado, pois, na maioria dos casos, as vítimas não fazem boletins de ocorrência. Mesmo assim, relata um aumento da violência no campo. “A informação que estamos recebendo dos sindicatos é o aumento da criminalidade na zona rural, com roubo de máquinas e produto. Antigamente, não tínhamos isso. A necessidade de segurança que existe hoje na cidade, com muros altos e cercas elétricas, está chegando ao campo. Nas fazendas, temos propriedades abertas com cercas apenas para proteção dos animais. Por isso, fica muito fácil para os assaltantes”, comenta Vilela.
Dados divulgados pela Faemg, com base em registros da Secretaria de Estado de Defesa Social, indicam que, de janeiro até maio foram registrados 625 casos de furto, roubo e extravio de porcos, bois e cavalos. Em todo o ano passado, foram 1.093 ocorrências. E, em 2013, 868.