O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou inquérito civil, ontem, para investigar a situação da Basílica de Nossa Senhora do Pilar, do século 18, em Ouro Preto, na Região Central. Na manhã de domingo, uma peça de madeira do telhado caiu sobre dois carros estacionados numa rua próxima à Praça Américo Lopes, no Centro Histórico. Ninguém ficou ferido, mas os veículos sofreram estragos. “Precisamos saber a extensão do problema e verificar as condições de conservação para evitar novos danos à igreja”, diz o promotor de Justiça da comarca, Domingos Ventura de Miranda Júnior.
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Madeira podre pode ter causado a queda da peça do telhada da Matriz do Pilar, em Ouro PretoParte de telhado da Basílica do Pilar cai sobre carros e interdita rua em Ouro Preto“Temos que considerar os excepcionais valores históricos, artísticos e religiosos da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, elevada, no ano de 2012, por deliberação do papa Bento XVI, à condição de basílica. Além disso, é um bem tombado isoladamente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), inscrito no Livro de Belas Artes em 8 de setembro de 1939”, afirma o promotor de Justiça.
REPAROS Depois do susto dos moradores, o conserto. Com recursos próprios, o Iphan vai fazer os reparos na cimalha da basílica, localizada na área reconhecida como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Em duas reuniões com integrantes da Paróquia do Pilar, na tarde de segunda-feira e manhã de ontem, Macieira disse que a queda da madeira pode ter decorrido do ataque de cupins, crescimento de vegetação espontânea, enraizamento de plantas invasoras ou peso da argamassa que veda a cimalha. Há cinco anos, durante recuperação da cobertura, as peças do beiral não foram substituídas e, devido a infiltrações, a situação acabou não sendo percebida, acrescentou o chefe do escritório.
O pedaço da cimalha que caiu ocupava um terço da lateral da igreja e há comprometimento de outra parte, que apresenta fissuras. A parte final não está com problemas. Por medida de segurança, a área foi interditada para o trânsito de pedestres. “Agora estamos mais tranquilos. Com essa verba assegurada, o serviço será feito”, afirmou o historiador Carlos José Aparecido de Oliveira, conhecido como Caju, gestor do Museu de Arte Sacra de Ouro Preto, instituição que cuida do patrimônio cultural da basílica, também conhecida como Matriz do Pilar.