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Estado de Minas

Barragens de rejeito já causaram diversas tragédias em Minas Gerais; relembre

Primeiro registro deste tipo de acidente foi em 1986, quando sete pessoas morreram em Itabirito.


postado em 05/11/2015 21:11 / atualizado em 10/11/2015 11:26

Rompimento de barreira de rejeitos em Itabirito, em 2014, deixou três mortos(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Rompimento de barreira de rejeitos em Itabirito, em 2014, deixou três mortos (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
O rompimento de uma barragem de rejeitos em Mariana, nesta quinta-feira, é mais um acidente em uma trágica história de desastres deste tipo em Minas Gerais. Nós ultimos anos, foram muitos os eventos com danos ambientais sérios e mortes no estado.

O mais recente foi no dia 10 de setembro de 2014, quando o talude da barragem B1, na Mina Retiro do Sapecado, da Herculano Mineração, se rompeu e deixou três mortos e um ferido. O acidente aconteceu quando seis funcionários trabalhavam na manutenção da barragem e foram surpreendidos pela onda de lama e rejeitos de minério.

Na época, o jornal Estado de Minas destacou um estudo da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) que indicava que mais de 40 barragens no estado não tinham garantia de estabilidade.

Antes disso, em janeiro de 2007, uma barragem com rejeitos da mineradora Rio Pomba Cataguases rompeu e inundou as cidades de Miraí e Muriaé com mais de 2 milhões de litros de lama de bauxita. Mais de 4 mil pessoas ficaram desalojadas e 1.200 casas foram atingidas. A mesma barragem já tinha causado problemas em março de 2006, quando um vazamento contaminou córregos e rios, matando centenas de peixes e interrompendo o fornecimento de água. Apesar do histórico, na época do acidente de 2007, a mineradora atribuiu a causa do acidente às chuvas fortes do começo do ano.

Pior que a tragédia ambiental de 2007, em 29 de março de 2003 uma barragem de rejeitos industriais se rompeu em Cataguases. Foi um dos piores acidentes ambientais do país: cerca de bilhão e quatrocentos milhões de litros de lixívia negra, resíduo da produção de celulose, contaminaram o Rio Paraíba do Sul e córregos próximos por 200 quilômetros, atingindo também o interior do Rio de Janeiro e deixando 600 mil pessoas sem água. Peixes, animais que viviam às margens dos rios e muito da vegetação foram devastados pelo desastre.

Mas mesmo com dimensões colossais e consequências catastróficas, o desastre de 2003 não foi lição o bastante para evitar um novo incidente em 2009 em Cataguases – dessa vez, o pior foi evitado. Para impedir o rompimento de uma barragem que despejaria de uma vez 1,4 bilhões de litros de rejeitos no Rio Paraíba do Sul, foram liberados lentamente resíduos sem tratamentos no corpo d'água, uma operação que durou até agosto de 2012.

Em 2001, cinco pessoas morreram em um acidente grave em Macacos (São Sebastião das Águas Claras, distrito de Nova Lima). Lama e resíduos de mineração encobriram dois quilômetros de uma estrada, após o rompimento de uma barragem da mineradora Rio Verde (hoje Vale). O acidente também causou assoreamento, degradação de cursos hídricos e destruição de mata ciliar.

O registro mais antigo deste tipo de acidente em Minas Gerais foi em Itabirito: sete pessoas morreram no rompimento da barragem de rejeitos da Mina de Fernandinho, do grupo Itaminas. É, por enquanto, o maior número de mortes diretamente causadas por esse tipo de acidente.


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