Durante a madrugada, familiares de moradores do distrito e funcionários da mineradora buscavam informações sobre feridos, no ginásio poliesportivo que recebeu desabrigados e em hospitais da região. O desencontro de informações agrava a situação de quem espera por notícias, já que o acesso ao local é bastante difícil. Mobilizadas via internet, pessoas organizavam campanhas de doações para as vítimas da tragédia. A associação comunitária estima aproximadamente 620 moradores no local. Duas equipes da Defesa Civil de Minas Gerais foram encaminhadas para o local do acidente com o apoio de quatro aeronaves da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte para o resgate de pessoas ilhadas. A Defesa Civil também não sabe precisar, por enquanto, o número de vítimas.
A Prefeitura de Ouro Preto informou que foram enviadas sete ambulâncias para Bento Rodrigues – seis de suporte básico e uma de suporte avançado – e outras três estavam a caminho. A Prefeitura de Ouro Preto reforçou ainda que o hospital Santa Casa e a Unidade de Pronto Atendimento (Upa) estão mobilizados para atendimento às vítimas. A população de Mariana e região também já se mobiliza para ajudar as vítimas do rompimento das barragens que estão desabrigadas. Donativos como colchões, roupas, fraldas, água mineral e produtos de higiene pessoal estão sendo recebidos no Ginásio da Arena de Mariana. O governador Fernando Pimentel informou que vai visitar o local do acidente nesta sexta-feira, junto ao Ministro da Integração Nacional. A assessoria informou que o governo acionou o gabinete militar para acompanhar a operação e manter Pimentel informado. A presidente Dilma ofereceu ajuda e socorro às vítimas da tragédia.
O Ministério Público de Minas Gerais instaurou inquérito para investigar as causas e responsabilidades no rompimento das barragens. A apuração está a cargo do promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador da Promotoria de Meio Ambiente. Segundo o último relatório da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), as barragens tinham estabilidade garantida pelo empreendedor. Ou seja, tinha um responsável técnico, mas segundo esse mapeamento não foi vistoriada. "Trata-se de uma tragédia sem precedentes na história de Minas Gerais", lamentou o promotor. Depois de uma vistoria, a Copasa concluiu que o acidente ainda não impactou nenhum dos mananciais que compõem a Bacia do Rio das Velhas, um dos sistemas que abastece a Região Metropolitana de Belo Horizonte. O monitoramento vai continuar, segundo a empresa.
Ricardo Vescovi, diretor-presidente da Samarco Mineração, publicou vídeo no Facebook da empresa reiterando nota divulgada mais cedo. A empresa alegou que "as autoridades foram devidamente informadas e as equipes responsáveis já estão no local prestando assistência", mas não informou as causas do acidente. O vice-presidente do Sindicato Metabase de Mariana, Angelo Eleutério, que está próximo ao local do acidente, diz que não é possível saber ainda o número de desaparecidos e vítimas. Segundo ele, a lama desceu até a parte baixa do subdistrito de Bento Rodrigues.
O rompimento das barragens da Samarco em Mariana pode ser o mais grave já registrado no Brasil, segundo dados do Comitê Brasileiro de Barragens. O maior rompimento com vítimas, até então registrado, foi na Mina de Fernandinho, em Itabirito, em 1986, quando morreram sete pessoas. O segundo maior acidente foi em 2001, na barragem de Rio Verde, em Macacos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, quando morreram cinco pessoas.
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Participaram da cobertura: Adriana Santos, Alessandra Mello, Cecília Emiliana, Daniel Camargos, Ellen Cristie, Francelle Marzano, Fred Bottrel, Liliane Corrêa, Gustavo Werneck, Landercy Hemerson, Luiz Othávio Gimenez, Marcelo Faria, Márcia Maria Cruz, Marina Rigueira, Marta Vieira, Mateus Parreiras, Paula Carolina, Pedro Galvão, Pedro Rocha Franco, Rodrigo Melo, Thiago Lemos e Valquíria Lopes.