Um dos primeiros que chegaram para o resgate em Bento Rodrigues, o tenente dos Bombeiros, Roberto Dutra, ficou impressionado com o cenário de destruição: “Vi uma cena que, em 30 anos de profissão, nunca tinha visto. Foi um tsunami de lama, árvores e pedras que rompeu da barragem e destruiu toda a comunidade de Bento Rodrigues. E a tragédia emocional é ainda maior que os estragos”, relatou o bombeiro.
Segundo ele, muitas pessoas relutam em deixar o local e abandonar seus pertences. “Vi pessoas abaladas com o estrago e os parentes desaparecidos”, destacou.
Dutra também ouviu relatos dos sobreviventes e como fizeram para escapar da devastação após p rompimento da barragem: “As vítimas contaram que de repente, no fim da tarde, escutaram um estrondo e logo apos viram uma movimentação de terras. Procuraram se proteger como dava, subiram em carros, caminhões, casas e muros”, disse ele.
O subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, desapareceu sob uma avalanche de lama tóxica, com o rompimento de parte da Barragem Fundão, da mineradora Samarco, na tarde desta quinta-feira, deixando desabrigados. O Hospital Monsenhor Horta confirmou, até a publicação deste texto, uma morte e quatro feridos, mas o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos de Mariana (Metabase) estima consequências piores: entre 15 e 16 pessoas estariam mortas e 45 desaparecidas.