Mariana e Ouro Preto – Eram 16h20 da tarde quando um estrondo anunciou a tragédia que ficará para sempre marcada na história de Minas Gerais e sobretudo na memória de moradores de Mariana e Ouro Preto. A Barragem do Fundão, da Mina do Germano, propriedade da Mineradora Samarco, entre os dois municípios da Região Central do estado, estourou, liberando um tsunami de lama e rejeito tóxico que varreu o que encontrava pela frente e arrasou o povoado de Bento Rodrigues, distante 2,8 quilômetros, onde havia 200 casas e viviam 620 pessoas. No momento do desastre, cerca de 50 trabalhadores estavam no complexo da mina, segundo o sindicato da categoria. Pelo menos duas centenas de integrantes de equipes de resgate amanhecem o dia de hoje contando vítimas, desaparecidos e prejuízos. Ontem, era confirmada uma morte e dado como certo que pelo menos 10 pessoas estavam sumidas, mas as imagens de destruição deixadas depois que a água baixou – com cenas de carros arremessados sobre casas destruídas – causavam o temor de que o número pudesse se multiplicar à medida que avançassem os trabalhos.
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SOCORRO Paralelamente ao estado de perplexidade que tomou conta da região, uma corrente de solidariedade começou a se formar já aos primeiros ecos do rompimento da barragem. A população se mobiliza desde ontem para ajudar as vítimas que estão desabrigadas.
O rompimento da barragem em Mariana pode se tornar o mais grave já registrado no país, segundo dados do Comitê Brasileiro de Barragens. Os dois maiores acidente do tipo com vítimas registrados até então também ocorreram em território mineiro – que hoje tem 754 depósitos de rejeitos, 8% deles em risco. O mais grave foi na Mina de Fernandinho, em Itabirito, na Região Central, em 1986, quando morreram sete pessoas, e outro em 2001, na barragem da Mineração Rio Verde, em Macacos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que deixou cinco mortos.
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