Mariana – O cenário era devastador, como se um tsunami tivesse varrido o subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Ao redor, agonia, incerteza e dor, muita dor. Mais do que isso, medo. Moradores, parentes das pessoas que trabalhavam na área em que se rompeu a Barragem Fundão, da mineradora Samarco, permaneciam em estado de choque com a tragédia que provocou pelo menos uma morte.
“Perdi tudo, mas, graças a Deus, minha esposa e minha filha estão bem, eu estou bem”, desabafava, emocionado, Fernando Santos, de 33 anos. Ele é uma das pessoas que conseguiram escapar. “Eu estava trabalhando, fui avisado e saí correndo. Foram horas de angústia, quase seis. Ficamos ilhados”.
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Fabiana Conceição Sabreira, de 21 anos, estava no Hospital Monsenhor Horta com a filha, Maria Fernanda, de 2 anos, para ser atendida. Ela havia inalado muito gás, cuja origem a mãe não soube explicar. O desespero maior, descreveu, foi chegar até lá. “Peguei a estrada e estava totalmente interditada por causa da lama. De lá vi minha casa inteiramente coberta. Liguei para meu pai, ele me buscou e fomos por outro caminho”.
Além do Hospital Monsenhor Horta, preparado para receber feridos de maior gravidade, as policlínicas de Mariana e do distrito de Santa Rita Durão estavam atendendo as vítimas. Parte foi encaminhada para o HPS, em Belo Horizonte.
Havia apoio montado não só no principal ginásio da cidade, a Arena Mariana, como pousadas e hotéis se mobilizavam para acomodar os desabrigados. A Prefeitura de Ouro Preto havia enviado 10 ambulâncias. A Santa Casa local e a Unidade de Pronto Atendimento (Upa) estavam mobilizados para o atendimento imediato.
Inicialmente, duas equipes da Defesa Civil de Minas Gerais com suporte de quatro aeronaves da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte cuidariam do resgate de pessoas ilhadas. A dificuldade de acesso, diante do mar de lama, era um desafio extra aos bombeiros.
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