O presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, lamentou ontem o rompimento das barragens do Fundão e Santarém, em vídeo postado na internet, reconhecendo a gravidade do acidente. “Nós lamentamos profundamente e estamos muito consternados com o que aconteceu, mas estamos absolutamente mobilizados para conter os danos causados por este trágico acidente”, disse o executivo. Vescovi afirmu que a prioridade da empresa, que está trabalhando junto à Defesa Civil, ao Corpo de Bombeiros e à Polícia Civil, é o atendimento às vítimas e às pessoas que moram nos arredores. As causas do acidente, segundo ele, ainda não podem ser confirmadas. Ele pediu que as pessoas não sigam à área afetada pelo acidente.
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A empresa opera uma extensa infraestrutura para atravessar a fronteira brasileira, que consiste em duas usinas de concentração de minério, quatro pelotizadoras, dois minerodutos de 400 quilômetros cada e o terminal portuário próprio de Ponta Ubú, no Espírito Santo, além de manter escritórios em Amsterdã, na Holanda, e em Hong Kong, na China.
Como tudo é superlativo num negócio disputado por grandes empresas no mercado internacional, a Samarco está consolidando as operações de um ambicioso projeto batizado de quarta pelotizadora, que concluiu em 2014, depois de ter investido R$ 6,4 bilhões num período de três anos. Graças à expansão, que empregou 13 mil pessoas durante as obras, a mineradora aumentou sua produção no ano passado em 15,4% frente a 2013, e não chegou ainda nos números previstos.
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