O desespero tomou conta da população de Barra Longa, que fica a 58 quilômetros de Mariana, na madrugada desta sexta-feira. Por volta da 1h, a lama que jorrou do rompimento das barragens da Samarco chegou pelos rios que cortam a cidade, alagando duas comunidades rurais e o centro, que pode decretar situação de emergência.
“A gente já esperava isso. Teve gente que perdeu casas nas comunidades (Gesseira e Barretos, a 16 e 22 quilômetros de Barra Longa, respectivamente). Aqui no centro, quintais, muros derrubados, campos de futebol, derrubaram tudo”, explica Germano Vieira, assessor do gabinete do prefeito da cidade.
Segundo Vieira, o prefeito Fernando Carneiro seguiu para os povoados na manhã desta sexta-feira. O acesso aos locais está muito difícil, pois a ponte sobre o Rio Gualaxo, principal via para Barra Longa, foi levada pela correnteza. Moradores que ficaram desalojados foram para as casas de parentes.
A lama com os rejeitos da mineração fez o Rio Carmo, que corta a cidade, subir cinco metros, tomando a praça e alagando ao menos 40 casas, além do comércio. Não há relatos de feridos ou mortos. A cidade aguarda a chegada das equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil de Ponte Nova, que atendem o município.
Enquanto a ajuda não chega, funcionários da prefeitura, com máquinas, e a Polícia Militar ajudam as vítimas. Eles também ligaram várias vezes para a Samarco, que teria dito que estava avaliando a situação, mas não deu previsão de chegada. Ainda segundo Germando Vieira, a prefeitura deve decretar situação de emergência.