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Recuperação ambiental na região de Bento Rodrigues vai demorar de 10 a 15 anosCerca de 50 animais são resgatados em tragédia em Bento RodriguesTudo que você precisa saber para ajudar desabrigados de Mariana Dilma se solidariza com vítimas de tragédia em Bento Rodrigues; governo libera FGTS Lama das barragens de Bento Rodrigues já está próxima de Governador ValadaresMinistério Público capixaba vai abrir inquérito para apurar consequências da tragédia de Mariana no ESOnda de lama de barragens chega ao ES na segunda e ao mar na terçaMedo, perplexidade e generosidade marcam dia do desastre em MarianaPor dentro da destruição: repórter do EM percorre distrito de Bento RodriguesAções da Vale caem 7,55% com ruptura da barragem em Mariana Enquanto aguarda notícia dos desaparecidos, quem escapou conta como perdeu tudoSegundo a Agência Nacional de Águas, o Operador Nacional do Sistema Elétrico está coordenando manobras em regime especial em barragens ao longo da bacia, para amortecer o volume da onda. Pelo menos 15 cidades são alertadas sobre efeitos do tsunami que liberou de uma vez volume de rejeitos equivalente ao rompimento simultâneo de nove represas do porte da Pampulha, em BH. No caminho, além de Valadares estão Ponte Nova, Nova Era, Antônio Dias, Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipatinga, Tumiritinga, Resplendor, Galileia, Conselheiro Pena e Aimorés, em Minas. Baixo Guandu, Colatina e Linhares, no Espírito Santo, já foram alertados para o risco de enchentes.
Após receber o alerta da CPRM, a Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos (CTGEC) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce divulgou alerta para alteração abrupta do nível d’água, razão pela qual recomenda aos usuários que protejam suas instalações de captação durante a passagem da cheia.
BUSCAS E DESESPERO
Em Mariana, quem já havia enfrentado a fúria da lama se dividia entre a insegurança, a perplexidade e o desespero. A situação é pior para parentes de desaparecidos. Ontem, os números continuavam conflitantes. A Samarco estimava 13 trabalhadores sumidos na área da Mina do Germano, onde estourou a barragem de rejeitos e uma represa de água. O sindicato dos trabalhadores (Metabase) em Mariana falava em 15 operários e entre 10 e 15 moradores de Bento Rodrigues cujo destino ainda era desconhecido. Apenas uma morte está oficialmente confirmada. Um segundo óbito chegou a ser contabilizado, mas não foi estabelecida ligação com o desastre.
A Samarco admitiu que não houve alerta sonoro para alertar moradores que estavam no caminho da onda de lama, trabalho que foi feito por ligações telefônicas. O Ministério Público de Minas Gerais condenou a situação e informou que o alarme é obrigatório. O MP critica também a política de licenciamento de empreendimentos do tipo mantida pelo governo do estado, sustentando que faltam critérios técnicos, a fiscalização é omissa e nem as estruturas devidamente licenciadas têm segurança garantida. A Coordenação das Promotorias de Meio Ambiente instaurou investigação para apurar a tragédia, com prazo de 30 dias para conclusão. Não está descartado pedido de revogação de licença da mineradora ao fim do processo, que mobiliza 12 promotores.
ABALOS
Fazem parte da investigação do MP tremores de terra que foram confirmados por sismógrafos de Brasília e São Paulo nas proximidades da estrutura que entrou em colapso. O desafio agora é definir qual pode ser a relação dos abalos com a tragédia. Está em apuração também uma suposta explosão de uma mina da Mineradora Vale, do mesmo grupo da Samarco, que ocorreu em horário próximo ao do rompimento do reservatório de rejeitos. Porém, promotores são claros ao sustentar que a estrutura que se rompeu deveria ter capacidade para absorver ambos os fenômenos.
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