Jornal Estado de Minas

Bombeiros chegam ao centro de Bento Rodrigues à procura de corpos

Pela primeira vez, equipes de reportagem puderam entrar na Zona Quente, como está sendo chamada pelos bombeiros, Exército e Cruz Vermelha o mar de lama movediça que soterrou 153 casas do povoado de Bento Rodrigues, distrito de Santa Rita Durão, no município histórico de Mariana. Apenas 33 casas estão de pé. O restante ficou embaixo de 15 metros de barro tóxico, formado por resíduos de minério que escaparam do rompimento de duas barragens da mina de Germano, da mineradora Samarco.

Até agora, era proibido passar da barreira policial montada na entrada do povoado desaparecido. Apenas pessoas autorizadas tinham acesso, por medida de segurança. “Uma senhora tentou atravessar pela lama durante a noite para buscar parentes desaparecidos, mas se desesperou e foi afundando na lama. Quando viu o bombeiro, ela desmaiou”, revelou o tenente Leonard Farah, de 31 anos, que salvou pelo menos três pessoas da localidade, presas no meio do lamaçal, praticamente soterradas.

Uma novidade no segundo dia de buscas é o uso de cães adestrados para procurar corpos.
O em.com.br fotografou com exclusividade um cão da raça border collie, guiado por um bombeiro, farejando as ruínas cobertas pela lama em Bento Rodrigues.

Cerca de 20 bombeiros estão trabalhando no epicentro da tragédia, se revezando em turnos de 24 horas, com os corpos enfiadso até a metade na lama. Segundo o tenente Farah, mesmo passado tanto tempo, eles não perdem a esperança de encontrar pessoas vivas no local.


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