Enquanto a comunidade de Mariana e região tenta assimilar a tragédia causada pelo rompimento das barragens de Fundão e Santarém, parentes dos 26 desaparecidos continuam numa dolorosa espera. Até agora, quatro dias depois do acidente, são apenas três os corpos encontrados, sendo que só em um dos casos foi constatado que há relação com o desastre. Sem informação e com o passar das horas, a esperança se converte em aflição, já que cada instante é o tempo da sobrevivência. Os bombeiros justificam que o salvamento segue tática operacional, num lamaçal movediço que desafia a pressa.
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O risco é grande para bombeiros.
Quanto ao uso de máquinas para limpar o terreno, a Defesa Civil informa que, em princípio, tratores e retroescavadeiras são usados apenas para abrir caminho para a circulação das equipes de resgate. Como movimentam grande volume de terra, esses equipamentos só serão reutilizados numa fase posterior.
A técnica de segurança do trabalho Ana Paula Alexandre, de 40 anos, não arreda o pé o centro de operações que concentra órgãos públicos em Mariana. O marido, Edinaldo Oliveira, de 40, é um dos funcionários desaparecidos. “Só na sexta começamos a receber informações. Eles não dão informação”, diz. Segundo ela, a agonia aumenta porque não há notícias sobre buscas na área da barragem.
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