Em viagem pelo interior mineiro em 2011, na companhia de professores do grupo de Pesquisa Pintores Coloniais, Leandro esteve em Bento Rodrigues, onde fotografou o interior da capela desaparecida. “Estávamos voltando de Santa Rita Durão. Era 26 de julho, por volta das 10h. Quando chegamos, o templo estava fechado e havia umas quatro senhoras do vilarejo fazendo a limpeza. Me impressionou muito foi o cheiro de jasmim que exalava da capela”, recorda o mestrando e pesquisador da história social da cultura.
Com o desastre ambiental, já considerado um dos maiores, em extensão, do país, o perfume de flores foi substituído pelo cheiro podre da lama, a construção de pau-a-pique sumiu do mapa e as imagens de madeira estão, ao que tudo indica, sepultadas para sempre. Outra boa impressão causada à equipe foi o zelo dos moradores para com o templo. “Elas enceravam o chão com cuidado. Da mesma forma, toda a madeira dos altares estava muito bem encerada”, afirmou.
CELEBRAÇÃO Dentro de 15 dias, o padre Armando Godinho, titular da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Catas Altas, a 30 quilômetros de Bento Rodrigues, pretende realizar uma celebração religiosa na Igreja de Nossa Senhora das Mercês, que ficou de pé por estar localizada em ponto mais alto. “As missas eram celebradas duas vezes por mês na Capela de São Bento. Temos que manter a unidade e a cultura do povo”, afirmou o pároco. Hoje, em Mariana, haverá uma reunião com o bispo arquidiocesano dom Raimundo Lyrio Rocha para decidir o horário da missa de sétimo dia, na quarta-feira, em intenção dos mortos já identificados.