Segundo a prefeita, a captação ainda funcionava, já que, apesar do aumento da turbidez da água, o tratamento ainda era possível. "Agora, a situação mudou e interrompemos completamente. Só temos água reservada até o fim da tarde de amanhã", afirma a prefeita. A prefeitura está esperando o retorno da Samarco para o plano de emergência que foi solicitado. Além dos 800 mil litros de água por dia, para atender especialmente os locais prioritários, como postos de saúde, hospitais, escolas e o Corpo de Bombeiros, a prefeita ainda espera 50 caixas de 30 mil litros, R$ 70 mil para serem usados na comunicação da população, entre outros itens.
Se necessário, os caminhões-pipa que ainda não foram confirmados pela Samarco farão a coleta em poços artesianos da Copasa nas cidades de Marilac, Frei Inocêncio e Ipatinga, todas no Vale do Rio Doce. "O abastecimento é questão de vida para a nossa população, que tem 280 mil pessoas. Estamos esperando o retorno da empresa para colocar o plano em prática. Se isso não acontecer, a situação vai ficar bastante complicada", completa a prefeita.
Dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) mostram que a onda de cheia passou com maior força pela Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, em Rio Doce, na Zona da Mata, na última sexta-feira, levando o Rio Doce a uma vazão de 1.900 metros cúbicos por segundo no local. Durante o fim de semana a vazão foi diminuindo e a última medição do CPRM mostra o manancial a uma vazão de 585 metros cúbicos por segundo ontem a tarde em Governador Valadares, quando foi notificada o início da cheia na cidade.
O gerente-geral da Usina Hidrelétrica de Baguari, Walter Leite, que fica no Rio Doce antes da área urbana de Valadares, informou que a água chegou pela primeira vez com características diferentes na usina na madrugada de sábado para domingo. "A primeira onda tinha mais água do que lama. Hoje, por volta de 9h20, chegou uma onda maior de lama, que deve demorar cerca de seis horas até chegar na cidade de Governador Valadares", afirma o gerente.