A lama de rejeitos de mineração das barragens que cederam em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, continuam descendo pelo Rio Doce. A sujeira desce pela calha do manancial e já provoca transtornos em cidades mineiras. Agora, a poluição se aproxima de municípios capixabas. Para tentar impedir estragos e o desabastecimento, a Prefeitura de Linhares e o governo do Espírito Santo estão aumentando a foz existente entre o rio e o Rio Pequeno, principal fonte de captação da cidade, para a passagem da sujeira. Moradores estão sendo alertados para o consumo da água diretamente do manancial.
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Crianças de Paracatu e Bento Rodrigues serão encaminhadas à rede municipal de Mariana para retomarem os estudosVeja imagens do Rio Doce após rompimento de barragens na Região Central de Minas GeraisGoverno de Minas embarga licença da Samarco em MarianaLama aproxima-se do Espírito Santo e Samarco é intimada a prestar assistênciaA Defesa Civil do Espírito Santo recomendou que os moradores deixem os locais próximos o Rio Doce, pois ainda não se sabe qual altura poderá chegar a onda durante a passagem pela região. A Prefeitura de Linhares recomendou que a população evite o contato com a água, por precaução, e interrompa o consumo de água. “Os pescadores devem sair do rio e amarrar seus barcos em áreas mais altas para evitar que suas embarcações sejam carregadas pelas águas”, comunicou a administração municipal.
Estragos em Minas
A onda de poluição já passou por diversas cidades mineiras. Dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) mostram que a onda de cheia passou com maior força pela Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, em Rio Doce, na Zona da Mata, na última sexta-feira, levando o Rio Doce a uma vazão de 1.900 metros cúbicos por segundo no local. Durante o fim de semana a vazão foi diminuindo e a última medição do CPRM mostra o manancial a uma vazão de 585 metros cúbicos por segundo ontem a tarde em Governador Valadares, quando foi notificada o início da cheia na cidade.
A prefeita de Valadares, Elisa Maria Costa, solicitou da mineradora Samarco 80 caminhões-pipa para atender a população da maior cidade da Bacia Hidrográfica do Rio Doce em caso de desabastecimento.