Após receber alta de internação por causa de um quadro de estresse, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), concedeu entrevista coletiva, no fim da tarde desta segunda-feira. No encontro, o prefeito informou que cerca de 200 alunos dos distritos de Bento Rodrigues, onde as duas barragens romperam, e de Paracatu, voltarão às salas de aula até a semana que vem. Duarte Júnior também revelou que pretende chamar a BHP – a maior mineradora do mundo – e a Vale, proprietárias da Mineradora Samarco, para que as três empresas participem do processo de indenização aos atingidos pela tragédia. O prefeito demonstrou extrema preocupação com o embargo à licença operacional da Samarco e disse que a cidade depende da mineradora.
Leia Mais
"Não foi acidente", diz promotor sobre desastre ambiental em MarianaArcebispo de Mariana diz que tragédia causou 'dano de dimensões incalculáveis'Crianças de Paracatu e Bento Rodrigues serão encaminhadas à rede municipal de Mariana para retomarem os estudosIndenizações trazem alívio para famílias de Mariana na véspera de NatalIbama multará Samarco em R$ 100 milhões Crianças atingidas por tragédia voltarão às aulas na segunda-feira, garante prefeituraLama de mineração acelera degradação do já poluído Rio DoceApós passagem de lama das represas, cenário no Rio Doce é desoladorLama aproxima-se do Espírito Santo e Samarco é intimada a prestar assistênciaMP determina que Samarco consiga moradia e defina renda mínima mensal para desabrigadosQuanto às indenizações às famílias atingidas, o prefeito revelou que vai convidar a BHP e a Vale, proprietárias da Samarco, para que as três empresas possam participar do processo de indenização. “Entendemos que todas têm seu papel de responsabilidade nesta tragédia”, disse. “Os únicos que não têm responsabilidade nenhuma são os moradores das comunidades atingidas”, completou.
Duarte Júnior também contou que a prefeitura espera que as cerca de 200 crianças que estudavam em Bento Rodrigues e Paracatu possam voltar às salas de aula na próxima semana.
DOAÇÕES O prefeito agradeceu a todas as pessoas que fizeram doações aos desabrigados pela tragédia e pediu que não fossem criadas novas correntes de doações. Segundo ele, foi grande o número de donativos e ele quer ter certeza de que todos serão encaminhados a quem realmente precisa. Além disso, há o risco inerente a alimentos perecíveis, como leite.
Duarte Júnior pretende também criar uma comissão para receber e encaminhar doações em dinheiro. Segundo ele, o ideal é que haja um representante da arquidiocese e até do judiciário, além do poder Executivo. “Não quero assumir sozinho essa responsabilidade”, disse.
Mais cedo, voluntários reforçaram o fato de já terem sido feitas muitas doações, mas disseram porém que o que as famílias desabrigadas mais precisam é de açúcar, óleo, pó de café e brinquedos para as crianças.