Quase uma semana depois do maior acidente ambiental da história de Minas Gerais, com reflexos no Espírito Santo, a presidente Dilma Rousseff (PT), mineira de Belo Horizonte, finalmente aparecerá em Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana devastado pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco (controlada pela Vale e BHP Billiton). A petista desembarca hoje pela manhã em Belo Horizonte, de onde segue para um sobrevoo em Mariana. Ela visitará também Governador Valadares e Colatina, no Espírito Santo, duas cidades atingidas pela tragédia.
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No sábado e domingo, não teve nenhum compromisso oficial e nem assim abriu espaço na agenda para visitar as vítimas do acidente. A ministra das Mulheres, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, foi a Mariana no domingo prestar solidariedade aos atingidos pelo desastre. Na segunda-feira, a presidente participou de cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Cultural, condecoração entregue a personalidades da área.
Segundo o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), ele foi informado que Dilma vai encontrá-lo hoje, às 9h, mas não indicou o local. Ele vai pedir apoio para que Samarco, Vale e BHP Billiton assumam as responsabilidades com as vítimas e o suporte às finanças locais. “Mariana é um município minerador e pedirei que, de alguma forma, nossa arrecadação não caia”, afirmou.
COBRANÇA À SAMARCO Ontem, a presidente disse ao ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, que a Samarco, Vale e BHP têm de arcar com todos os custos para recuperar municípios atingidos pelo desastre, já que isso não seria de competência do governo federal. A principal discussão será em torno do abastecimento de municípios que captam água do Rio Doce. Na campanha presidencial de 2014, a Vale Energia S.A., do grupo Vale, doou R$ 2,5 milhões à petista.
Apesar de cobrar responsabilidade das empresas, o único posicionamento oficial da presidente sobre a tragédia ocorreu no dia seguinte ao rompimento. Em sua página no Facebook, ela informou que recebeu “com pesar a notícia”.