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Estado de Minas

Estudantes de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo vão para escola de Mariana

Professores vão ambientar as salas de aula, proporcionando mais aconchego aos alunos


postado em 12/11/2015 11:01 / atualizado em 12/11/2015 17:29

As 178 crianças e adolescentes das comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, atingidas pela lama do rompimento das barragens da Samarco na semana passada, vão estudar juntas na Escola Municipal Dom Luciano Mendes, em Mariana, a partir de segunda feira.

A Samarco vai oferecer transporte e material escolar. Serão os mesmos professores e funcionários das escolas destruídas. Os estudantes são da pré-escola ao 9º ano do ensino fundamental.

Os alunos do ensino médio que estudavam em escolas estaduais em Santa Rita Durão, distrito de Mariana, e Águas Claras, continuarão nas mesmas instituições de ensino e terão transporte saindo de Mariana.

A Escola Municipal Dom Luciano Mendes é ampla e não tem atividades à tarde, segundo a Secretaria de Educação. Nesta sexta-feira, os professores e funcionários das instituições de ensino destruídas no desastre vão conhecer de perto as instalações.

As salas de aula serão organizadas para receber os alunos. Os professores disseram que vão afixar cartazes nas paredes, com as datas de aniversários dos alunos. A ação visa ambientar o novo local de estudo, tornando-o parecido com as escolas afetadas pela tragédia.

Todos os alunos estarão juntos para manter o convívio social e o aconchego das salas de aula. Os nutricionistas e os responsáveis pelas crianças com necessidades especiais serão mantidos, assim como os responsáveis pelas creches.

Os alunos de Paracatu de Baixo que não tiveram suas casas destruídas, mas viram as escolas onde estudavam serem danificadas com o rompimento das barragens vão permanecer na região. Eles terão transporte público para estudar em Mariana.

CLAUSURA As crianças sobreviventes da tragédia em Mariana estão estão vivendo uma verdadeira clausura dentro dos quartos dos hotéis. Acostumadas à vida das localidades rurais, elas não têm como brincar nas ruas como antes. Por isso, a volta às aulas é esperada com ansiedade também pelos pais.

A auxiliar de serviços gerais Natália Aparecida Felipe, de 25 anos, morava em Bento Rodrigues e conta que os filhos são mantidos trancados no quarto de hotel. Segunda-feira, sua filha Lavínia Beatriz Felipe Silva, de 7 anos, vai reencontrar os colegas de escola em um ambiente estranho, mas está feliz por estar rodeada somente de pessoas conhecidas. "Ela anda muito angustiada no hotel. Tenho que trancar a porta do quarto para eles não irema para a rua" disse a mãe.

“Lá em Bento ela vivia na rua. Eu trabalho e a minha sorte foi que, no dia da tragédia, a minha filha ficou quietinha na casa da minha mãe e ninguém precisou sai correndo atrás dela na rua" disse Natália.

 


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