A Prefeitura de Valadares informa que o primeiro carregamento de água entregue pela Vale, com 280 mil litros de água, não serve para o consumo e a água não poderá ser distribuída à população. Todo o volume teve de ser descartado.
Segundo a prefeitura, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) fez uma análise da água transportada e constatou alto teor de querosene. E toda a água com alto teor de querosene já foi descartada.
Ainda segundo a prefeitura, a própria Vale, por meio do responsável pelas Relações Institucionais da empresa, Henrique Lobo, admitiu que os quatro primeiros vagões foram enviados por equívoco e que novos quatro vagões chegam na noite desta sexta-feira.
Em nota, a Vale informou que "está usando para o transporte de água entre Ipatinga e Governador Valadares exclusivamente vagões-tanques novos ou usados para o armazenamento de água para combate a incêndios florestais". A empresa acrescentou que estão sendo realizados testes nos carregamentos que seguem entre as duas cidades para garantir a qualidade da água. A assessoria acrescentou que uma vez retirada a água dos vagões e colocada em caminhões usados pela prefeitura para distribuição, a Vale não se responsabiliza pela distribuição.
MILHÕES DE LITROS Mais cedo, em Valadares, o próprio Henrique Lobo, durante entrevista coletiva da qual também participou o diretor de Projetos e Ecoeficiência da Samarco, Maury Souza Júnior, disse que, até o momento, a Vale enviaria 2,2 milhões de litros de água por dia, distribuídos da seguinte forma: 600 mil litros por dia de água mineral para Valadares e outros 500 mil litros para outras cidades da região do Vale do Rio Doce também atingidas.
O restante – cerca de 1,1 milhão de litros – é o enviado de Ipatinga por meio de vagões-tanque para distribuição em Valadares. Água que também é potável, segundo a Vale, mas cujo primeiro carregamento, de acordo com a prefeitura, chegou com alto teor de querosene. A assessoria da Vale não informou se a quantidade de água enviada nesta sexta-feira já foi o equivalente a esse volume de 1,1 milhão de litros.
Ainda durante a mesma entrevista, o executivo da Samarco afirmou que em conversa com o Secretário Nacional de Defesa Social, Adriando Pereira, ouviu sobre a possibilidade de serem disponibilizados 3,2 milhões de litros de água por dia em Governador Valadares.
Maury Júnior acrescentou que são estudadas três possibilidades para a resolução do problema em Valadares: a captação de água do Rio Suaçuí Pequeno, conforme comentando pela presidente Dilma nessa quinta-feira; a religação de uma estação de tratamento desativada, que não está ligada à rede, para o que seriam necessários 700m de adutores; e a perfuração de poços pela Copasa.