Enquanto moradores de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, estão completamente sem água e ficam à mercê das decisões de empresas e autoridades para verem o problema amenizado, a solidariedade fala mais alto em Ipatinga, no Vale do Aço.
Distante cerca de 100 quilômetros de Valadares, Ipatinga não tem o abastecimento de água dependente do Rio Doce. E depois da notícia de que a Vale enviará vagões-tanques para distribuição de água potável em Valadares, dois tipos de sentimento tomaram conta da população. De um lado, um certo temor de desabastecimento, com a possibilidade de esgotamento da água também na região; de outro, uma corrente de solidariedade entre a população, que passou a comprar e enviar água à cidade vizinha.
Leia Mais
Prefeitura de Valadares diz que Vale enviou água com queroseneEm meio à tragédia, valadarenses buscam água em canal de esgoto da cidadeDinheiro foi bloqueado para garantir que vidas sejam resgatadas, diz promotorEm uma das distribuidoras da cidade, a funcionária informa que não tem mais água para vender. "Hoje só estou atendendo telefone. Não tem mais água para vender.
Nos supermercados, os estoques também estão reduzidos, mas há água para vender e os funcionários dizem que não há motivo para pânico.
A água comprada por parentes de quem mora em Valadares ou simplesmente por solidariedade a desconhecidos é enviada por caminhões que se concentram em faculdades ou igrejas. Na Instituto Metropolitano de Ensino Superior Univaço, o analista de comunicação, Marcos Castro, conta que toda água que chega é enviada para a Igreja Presbiteriana do Cariru. Segundo ele, uma aluna da instituição, que também frequenta a igreja, tomou a iniciativa de organizar o recolhimento das doações e, com o apoio da instituição, também está havendo divulgação dentro do Instituto e por redes sociais.