Governador Valadares - A água que sumiu dos tanques do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) no Vale do Rio Doce, reapareceu ontem na Estação de Tratamento de Água (ETA) Central depois de oito dias de paralisação total da captação. Mas a normalização total do abastecimento ainda deve demorar cerca de quatro dias, segundo o diretor do órgão, Omir Quintino de Oliveira. Enquanto a realidade das torneiras secas ainda persiste para a maioria da população, milhares de pessoas passaram o domingo inteiro na busca por água em um dos 14 pontos montados pela prefeitura para distribuição, desconfiados da solução definitiva.
A água voltou a ser bombeada pelo abastecimento público de Valadares no fim da tarde de ontem. A prefeitura divulgou nota alertando que a água pode chegar inicialmente amarela, por causa dos resíduos do fundo das caixas d’água e também das redes que estavam secas. Hoje, a previsão da prefeitura é que o recurso chegue primeiro no Centro, na Ilha dos Araújos e nos bairros de Lourdes, Vila Bretas, e Esplanadinha. Ao longo da semana, as torneiras poderão ser abertas novamente primeiro nas partes mais baixas e depois nas áreasaltas. Para viabilizar novamente a captação, o SAAE está usando um coagulante chamado de polímero da acácia negra, produto 100% orgânico e produzido no Sul do Brasil. Ele consegue diminuir a turbidez daágua, para que ela possa ser encaminhada ao tratamento normal e chegue às casas das pessoas
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Ontem, milhares de moradores lotaram os 14 pontos montados pela prefeitura para distribuição de água. A movimentação continuou intensa no Centro, onde milhares de fardos de água mineral de 1,5 litro foram distribuídos. No Bairro Santos Dumont, dois reservatórios de 20 mil litros cada foram muito procurados. A água disponibilizada era a chance de muitos lavarem vasilhas, usarem no banheiro e tomarem banho. Mesmo com a promessa do governador Fernando Pimentel (PT) de que o abastecimento estará totalmente regularizado ao longo da semana, o pedreiro Milton Luiz da Silva, de 56, não quis correr nenhum risco. “Tenho um tanque razoável que estou enchendo para garantir todas as necessidades. Desde segunda-feira que não tem nada e não dá para ficar esperando”, afirma.
Ontem, milhares de moradores lotaram os 14 pontos montados pela prefeitura para distribuição de água. A movimentação continuou intensa no Centro, onde milhares de fardos de água mineral de 1,5 litro foram distribuídos. No Bairro Santos Dumont, dois reservatórios de 20 mil litros cada foram muito procurados. A água disponibilizada era a chance de muitos lavarem vasilhas, usarem no banheiro e tomarem banho. Mesmo com a promessa do governador Fernando Pimentel (PT) de que o abastecimento estará totalmente regularizado ao longo da semana, o pedreiro Milton Luiz da Silva, de 56, não quis correr nenhum risco. “Tenho um tanque razoável que estou enchendo para garantir todas as necessidades. Desde segunda-feira que não tem nada e não dá para ficar esperando”, afirma.
O carpinteiro Geraldo Souza, de 58, teve que encarar o mormaço da manhã de ontem em Valadares para pegar água de uma cisterna no Bairro Porto das Canoas. Com um tambor de 200 litros puxado por um cavalo, ele pretendia garantir mais tranquilidade para a mulher, filha e uma neta. “Essa água a gente dá para os animais e também garante a limpeza da casa e principalmente do banheiro”, diz. A tarefa não era nada fácil. Com um balde, uma corda e um calor escaldante, ele não descansava enquanto não enchia o tambor.
Na Escola Municipal Chico Mendes, apenas a água potável tinha chegado nas duas caixas maiores de manhã. A água mineral só chegou na hora do almoço e um batalhão de voluntários foi recrutado para descarregar o caminhão. O comerciante Alex Rosa, de 39, era quem ditava o ritmo. “Vai, vai, vai. Vamos logo gente! Nessa hora tem que ajudar, se não vira tumulto e as pessoas continuam desesperadas”, diz ele.
PROTESTO NA RODOVIA Revoltados com a falta de água na comunidade de Pedra Corrida, distrito de Periquito, no Vale do Rio Doce, a 30 quilômetros de Governador Valadares, cerca de 200 moradores do vilarejo fecharam ontem a BR-381. Eles bloquearam o trânsito no Km 177 com pneus e troncos de árvores e atearam fogo, exigindo a presença de representantes da Samarco. A Copasa, responsável pelo abastecimento de Pedra Corrida,interrompeu a captação e a população estava desabastecida, segundo o líder comunitário Marcelo Venâncio, 37 anos.
“Vinham caminhões e colocavam água no reservatório da Copasa, mas não dava para nada. A água nem chegava na maioria das casas. O povo estava pegando de poços da Copasa parados há anos. A água estava saindo com ferrugem”, reclama Marcelo. Policiais militares estiveram no local e ajudaram os moradores a conseguir caminhões. Em minutos, seis veículos estavam enchendo o reservatório de Pedra Corrida. O major Fausto Machado estava negociando que o fluxo fosse constante para evitar o desabastecimento da comunidade, mas até o fechamento desta edição ainda não havia informações sobre o que ficou acertado.
A Copasa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o abastecimento foi interrompido por conta da situação do Rio Doce e que não distribui água imprópria para o uso. O abastecimento está sendomantido em sistema de rodízio por meio de caminhões-pipa, informou a empresa. A Samarco foi procurada, mas não retornou os contatos.