O retorno as aulas das 172 crianças e adolescentes de Bento Rodrigues e Paracatu, comunidades arrasadas pela lama de rejeitos de desceram de duas barragens da Samarco, em Mariana, na Região Central dde Minas Gerais, foi de reencontro e alegria. Mesmo com a tragédia fresca na memória, os estudantes voltaram a ficar com o sorriso no rosto a verem novamente os amigos. Professores também mostraram alegria ao rever os alunos. Agora, todos vão estudar na Escola Municipal Dom Luciano, no Bairro Alto Rosário.
infantis e os estudantes foram presenteados com kits escolares doados pela mineradora. Os pequenos também se divertiram com o Papai Noel Judoca, que distribuiu doces.
Com o passar do tempo, a grande mobilização ficou concentrada na porta principal da escola. Lá, a cada pessoa que entrava, longos abraços eram dados. A professora Maria Auxiliadora Mol trabalhava em Paracatu e se emocionou ao rever os seus alunos. "Estou muito emocianada. São momentos difíceis que estamos vivendo. TEmos pesadelos diário. Nasci e fui criada lá, por isso é muito triste", disse. "Tudo que passou não vamos esquecer mais, mas vai ser muito bom recomeçar tudo aqui nesta escola", completou.
A felicidade do reencontro também era estampado no rosto de Cássia Miriam de Souza. Mãe de oito filhos, três mulheres e cinco homens, com idades entre 6 e 18 anos, diz que as aulas serão boas para fazer os garotos esquecerem a tragédia. "Muita alegria poder ver todos. O meu filho mais novo, não queria vir. Disse que preferia a escola que estava antes. Mas, expliquei que não tinha como voltar e que os coleguinhas deles estariam lá, e ele entendeu", comentou.
Dos oito filhos da auxiliar de limpeza, sete vão estudar na Escola Dom Luciano. Com o caderno e lápis na mão, Cauã, o filho caçula de Cássia, estava animado para recomeçar as aulas. "Estou gostando muito. Essa escola é bonita. Estou muito feliz de voltar a estudar", falou com um largo
sorriso no rosto.
A professora Elisabete Ferreira, de Bento Rodrigues, estava ansiosa para encontrar os nove alunos dela de 9 a 11 anos. Para ela, será um desafio fazer as crianças não ficarem lembrando da tudo que aconteceu. "Pretendemos recomeçar, porque a vida continua. Tirar a a lembrança nunca vamos conseguir. Mas, temos que mostrar a eles que tudo passa e que temos que continuar a vida", contou.
A cozinheira Lucimar Maria Silveira Silva, de 42, ainda se emociona ao falar da tragédia. Ela trabalhava na Escola de Bento Rodrigues e passou a noite no município no dia do rompimento das barragens fazendo comida para as famílias. "No imóvel onde moro, embaixo é uma igreja evangélica e em cima é minha casa. Colocamos um monte de colchão no chão para todos dormirem. No centro comunitário, arredamos as cadeiras para as pessoas dormirem. Ficamos lá a noite toda. Fiz um arroz com vinagrete para ninguém ficar com fome", afirmou
Ao ver as crianças juntas novamente, a cozinheira se emocionou. "A gente fica com alegria de olhar que estão bem. Deus deu uma chance para
todos sobreviverem", comentou.