O seguro de responsabilidade civil da Samarco é insuficiente para cobrir as indenizações e multas ambientais, disse o diretor-executivo de Finanças da Vale, Luciano Siani. O montante a ser pago a título de reparação foi apontado pelo executivo como “a grande incógnita para o futuro da empresa”.
A Vale destacou que a prioridade no curto prazo é mitigar os “graves efeitos” do acidente, com foco em várias frentes, como a realocação das pessoas e os danos ambientais”. Uma consultoria foi contratada pela Samarco para elaborar um plano de remediação
Embora tenha dito que Vale e BHP, que controlam a Samarco, vão prestar o apoio necessário para que a empresa possa se reerguer, o executivo manteve a estratégia de desvincular a mineradora de suas controladoras, afirmando que, na esfera civil e ambiental, ela é “uma empresa independente, com patrimônio próprio para responder às autoridades”.
O discurso da Vale é de que a sociedade civil, incluindo comunidades locais e as autoridades, é que definirão quando a Samarco terá condições de retomar as atividades. Siani preferiu não estabelecer um prazo, explicando que, do ponto de vista operacional, isso seria possível em tempo relativamente curto, uma vez que, à exceção das barragens, as instalações, como pelotizadoras, porto, mina e o mineroduto da companhia, foram preservadas. “O obstáculo para que a Samarco volte a operar está mais ligado às discussões com a sociedade do que a meios técnicos”, disse.