Quase 15 dias depois da tragédia que se abateu sobre Bento Rodrigues, distrito de Mariana, e outras cidades ao longo do Rio Doce, deputados federais e estaduais apresentaram, nesta terça-feira, uma proposta para fazer frente ao crime ambiental ocorrido com o rompimento de uma barragem da Samarco no dia 6 de novembro passado. Eles querem transformar o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em agência reguladora.
Leia Mais
Recuperação de barragens ameaçadas em Mariana só ficará pronta no ano que vemMinistério Público Federal vê ameaça em Paracatu após tragédia em MarianaAção Civil Pública cobra da Samarco indenização de R$ 10 bilhões PF abre inquérito para investigar tragédia com barragem em MarianaGoverno de Minas decreta situação de emergência na Região do Rio DoceO deputado acrescentou que ele e os deputados federais Fábio Ramalho, Leonardo Monteiro, Júlio Delgado e Laudívio Carvalho - que, nesta terça-feira, também estiveram reunidos, pelo segundo dia consecutivo, com os parlamentares estaduais-, devem também se esforçar para promover mudanças na legislação sobre o Código Mineral que tramita na Câmara dos Deputados.
Ele afirmou que a proposta que tramita na Câmara "privilegia a atividade minerária em detrimento da sociedade e do meio ambiental". De acordo com Zeca Sarney, se aprovado como está o novo código, não vai evitar outros crimes ambientais. "Precisamos mudar o foco, privilegiar a questão socioambiental. E quanto antes a gente fizer isso, no calor dessa tragédia, mais chance a gente tem para aprovar (mudanças no código mineral)", avaliou Sarney Filho.
Negociação
Na primeira reunião ocorrida nesta terça-feira, da Comissão Extraordinária das Barragens, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, estiveram presentes, além dos deputados estaduais e federais, também a coordenadora Nacional do Movimento das Vítimas das Barragens, Sônia Mara Maranho, que entregou aos deputados uma pauta emergencial de reivindicações, a mesma que ela entregou na quinta-feira passada (12) quando da visita da presidente Dilma Rousseff ao local da tragédia, em sobrevoo de helicóptero.
Sônia reiterou a demanda para que a Samarco atenda de imediato duas reivindicações: um salário mínimo para cada vítima da tragédia até que elas retomem a rotina; além de casas alugadas para todas as vítimas. .