Enquanto os alunos de Bento Rodrigues retomaram as aulas na última segunda-feira, cerca de 400 estudantes dos distritos de Águas Claras, Cláudio Manoel, Campinas, Pedras e Borba ainda enfrentam problema da falta de aula desde o dia do rompimento da barragem da Samarco. Todos esses os locais são distritos de Mariana, na Região Central de Minas, onde há 13 dias o desastre ambiental provocou 11 mortes confirmadas e 12 desaparecidos. Esses estudantes correm o risco de ter o ano letivo prejudicado e podem ter que concluí-lo em janeiro de 2016, durante o período de férias.
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Emoção marca volta às aulas de alunos afetados por rompimento de barragemProfessores salvaram alunos de escola em Bento Rodrigues; veja o depoimentoQuase duas semanas depois, moradores de Barra Longa ainda sofrem com lama da SamarcoO assessor técnico da prefeitura de Mariana, Israel Quirino, explicou que as aulas nos distritos atingidos pela enxurrada de rejeitos ainda não foram retomadas por conta da queda de uma ponte que fazia a ligação entre Águas Claras, Campinas e Cláudio. Esses distritos ficam do outro lado do Rio Gualaxo. Uma ponte provisória foi construída, porém a estrutura não resistiu à chuva do último fim de semana.
"Ontem houve uma reunião com três diretores para justamente tratar da retomada das aulas. Vamos fazer um calendário de reposição e poder ser que o ano letivo se estenda até janeiro", informou o Quirino. Para o assessor, o atraso da volta às aulas afeta principalmente os alunos que vão migrar da rede municipal para a estadual.
O professor de Educação Física Luciano Ramos dos Reis, de 36 anos, lamentou a situação dos estudantes. "O prejuízo para esses alunos é muito grande, principalmente porque já estamos no fim do ano letivo". Ele relatou que moradores dessas regiões já sofrem com o problema de acesso às escolas nessa época do ano devido à chuva "As estradas são de terra e, para piora, as aulas estão suspensas", concluiu.
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