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Estado de Minas

Sem aula, cerca de 400 estudantes de Mariana podem ter férias adiadas

Problema afeta alunos de cinco distritos que foram atingidos por lama de rejeitos de minério.


postado em 18/11/2015 10:24 / atualizado em 18/11/2015 11:26

Enquanto os alunos de Bento Rodrigues retomaram as aulas na última segunda-feira, cerca de 400 estudantes dos distritos de Águas Claras, Cláudio Manoel, Campinas, Pedras e Borba ainda enfrentam problema da falta de aula desde o dia do rompimento da barragem da Samarco. Todos esses os locais são distritos de Mariana, na Região Central de Minas, onde há 13 dias o desastre ambiental provocou 11 mortes confirmadas e 12 desaparecidos. Esses estudantes correm o risco de ter o ano letivo prejudicado e podem ter que concluí-lo em janeiro de 2016, durante o período de férias.

Os distritos de Águas, Campinas e Cláudio têm três escolas cada, somando 270 estudantes. No primeiro povoado, há uma unidade da rede estadual, onde estudam 117 alunos, e que oferece ensinos fundamental e médio. Devido à tragédia, o acesso está interrompido entre Mariana e Águas Claras e, consequentemente, Cláudio Manoel, e também entre Pedras e Borba, em razão de duas pontes que foram danificadas no desastre ambiental.

O assessor técnico da prefeitura de Mariana, Israel Quirino, explicou que as aulas nos distritos atingidos pela enxurrada de rejeitos ainda não foram retomadas por conta da queda de uma ponte que fazia a ligação entre Águas Claras, Campinas e Cláudio. Esses distritos ficam do outro lado do Rio Gualaxo. Uma ponte provisória foi construída, porém a estrutura não resistiu à chuva do último fim de semana. Outra passagem está sendo erguida e deve ficar pronta até sexta-feira.

"Ontem houve uma reunião com três diretores para justamente tratar da retomada das aulas. Vamos fazer um calendário de reposição e poder ser que o ano letivo se estenda até janeiro", informou o Quirino. Para o assessor, o atraso da volta às aulas afeta principalmente os alunos que vão migrar da rede municipal para a estadual.

O professor de Educação Física Luciano Ramos dos Reis, de 36 anos, lamentou a situação dos estudantes. "O prejuízo para esses alunos é muito grande, principalmente porque já estamos no fim do ano letivo". Ele relatou que moradores dessas regiões já sofrem com o problema de acesso às escolas nessa época do ano devido à chuva "As estradas são de terra e, para piora, as aulas estão suspensas", concluiu.




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