O diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Celso Luiz Garcia, pediu demissão do cargo nessa terça-feira, após o rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Região Central do estado, há duas semanas. O desastre ambiental deixou 11 mortos, 12 desaparecidos e mais de 600 desabrigados. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Ministério de Minas e Energia, pasta à qual está vinculado o DNPM.
Em sua edição de ontem, o Estado de Minas mostrou que das 317 barragens em Minas de conhecimento do DNPM, 95 sequer constam no Plano Nacional de Segurança de Barragens (PNSB). E o órgão admitiu que 37% das estruturas fora do plano e que não são fiscalizadas apresentam riscos alto e médio. A penúria da estrutura do departamento, onde faltam pessoal, equipamentos e verbas, tem sido alvo de alertas do Tribunal de Contas da União (TCU) e do sindicato das agências de regulação nacionais (Sindiagências).
Também nessa terça-feira, a Samarco admitiu que a barragem de Santarém, que não se rompeu com o desastre, e a barragem de Germano, a maior de todas, correm riscos e serão necessários escoramentos nas duas para torná-las completamente estáveis. A empresa mudou o discurso, já que na última sexta-feira informou que Germano estava estável e que Santarém também tinha se rompido, o que não aconteceu. As obras em Germano vão levar 45 dias. Em Santarém, a previsão é que as escoras fiquem prontas daqui a três meses.