As boias são similares às usadas em acidentes com vazamento de petróleo e é a primeira vez que são aplicadas em acidentes na área da mineração. No total, a cerca deve envolver nove quilômetros da foz, em áreas sensíveis como mangues e ilhas.
A onda de rejeitos proveniente do rompimento das barragens em Mariana permanecem percorrendo o Rio Doce 14 dias após o vazamento. Nesta quinta, atingiram o centro da cidade de Colatina e o próximo destino é Linhares, no fim de semana. Em Colatina, o abastecimento para 120 mil pessoas teve de ser interrompido em razão da poluição e a prefeitura local adotou um plano emergencial com caminhão-pipa e caixas d'água públicas para atender a população.
A Samarco está otimista quanto à eficácia dos equipamentos chamados de barreiras offshore e seafences. "É difícil definir que seja 100% eficaz porque existem muitos pontos irregulares no rio. Pode sim haver algum tipo de passagem, mas infinitamente menor do que seria sem a barreira", disse Alexandre Souto, gerente-geral de estratégia e gestão da Samarco e representante da empresa em Linhares.
Souto confirmou que é a primeira vez que o equipamento é usado para acidentes com essas características. "Não foi possível desenvolver em tempo hábil uma tecnologia específica para conter esse tipo de material, mas é o melhor disponível e poderá gerar um resultado satisfatório", disse.
A onda de lama tem levado destruição à biodiversidade do Rio Doce, desde o município homônimo em Minas, onde nasce. A calha tem extensão de mais 850 quilômetros até desaguar no mar em Linhares. Nesta quinta, homens contratados pela mineradora enchiam as boias nas margens do rio e contavam con apoio de barcos de pescadores locais para deslocar as barreiras até o ponto desejado.