A disposição de ajudar animais resgatados no distrito de Bento Rodrigues e outras localidades afetadas pelo rompimento da barragem do Fundão, da mineradora Samarco, está levando um pequeno “exército” de veterinários a Mariana. No galpão alugado pela empresa, na estrada que liga a cidade ao distrito devastado pela lama, médicos e outros profissionais de vários cantos do país se revezam para prestar atendimento clínico a animais retirados da lama, muitos deles depois de passar vários dias atolados. Batizado de Centro de Recolhimento de Animais, a estrutura funciona há uma semana.
Leia Mais
Barragens são maior desafio no estado, diz especialista Sem plano de emergência, número de mortes na mineração acende alerta em Minas MP vai analisar todos os processos de licenciamento de barragens em MinasPelo menos 10 pontes em distritos de Mariana foram destruídas por lama de barragemAnimais em MarianaAnimais resgatados na tragédia de Mariana poderão ser adotadosForça-tarefa resgata animais que sobreviveram à onda de lama da SamarcoSamarco descumpriu exigências do Ibama ao construir barragem que rompeuEntrega de água para moradores em Colatina termina em confusãoPrecariedade afeta até a arrecadação de municípios mineradoresNascente de águas límpidas do Gualaxo contrasta com a devastação
Daniela explica a razão de tanta dedicação. “Os animais são seres como quaisquer outros e precisam de alimentação, cuidado e carinho, especialmente numa situação de desastre como essa”, diz.No centro de recolhimento estavam sendo atendidos ontem 98 cães, três gatos, 120 galinhas, oito patos, oito cavalos, quatro porcos, dois ganços e uma vaca que estava em trabalho de parto, parindo o bezerrinho no meio da tarde.Uma das coordenadoras do centro, a médica veterinária Carla Sassi veio de Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas, para o trabalho voluntário. “Não tiro férias no trabalho.
UFMG
O trabalho com os animais teve o apoio ontem de um grupo de 12 profissionais da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Representante do grupo, o professor Júlio César Cambraia Veado explicou que os voluntários são alunos de residência nas diversas áreas da veterinária, que estão ajudando com mão de obra. “Soubemos antes que não havia necessidade de trazer insumos e viemos prestar apoio na realização de procedimentos. Esse primeiro contato serve para avaliar a situação, que está estável, mas lembra um cenário de guerra. Na próxima semana, vamos retornar para continuar o trabalho”, afirmou o professor..