Os trabalhos de buscas e socorro a famílias isoladas pelo rompimento da barragem da Samarco, empresa controlada pela Vale e a australiana BHP, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, continuam. Desde o dia da tragédia, o helicóptero do Corpo de Bombeiros tem realizado uma média de seis horas diárias de voos para atender moradores em áreas onde não é possível chegar por terra. São levados alimentos, medicação e assistência às vítimas.
O Batalhão de Operações Aéreas (BOA) foi essencial para avisar as comunidades sobre o rompimento da barragem e, consequentemente, salvar vidas. “Estivemos no dia do acontecido. No primeiro dia, minha equipe relatou que tinha gente muito desesperada. Chegou um momento em que 20 pessoas estavam querendo subir no helicóptero, sem a maior noção do que estaria acontecendo. Alguns chegaram a pedir para levar os filhos porque estavam sem luz, sem água, e que passariam a noite ao relento”, afirma o capitão Anderson Passos.
Depois de passada a lama de rejeitos, o trabalho do BOA é dar assistência aos moradores que continuam isolados por causa da queda de pontes. Pelo menos 10 estruturas foram destruídas pela enxurrada de rejeitos que desceram da barragem. A reconstrução será feita pela mineradora Samarco e deve demorar mais de 50 dias para restabelecer os acessos.
Enquanto a situação estiver crítica, o acesso às famílias terá que ser feito por aeronaves. “Estamos fazendo o transporte de donativos, medicação e transferência de pacientes. Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) vão com a gente para fazer o atendimento às pessoas feridas”, afirma o capitão.
Outra função do batalhão é auxiliar no socorro de animais que permanecem presos à lama ou ilhados em pontos onde não conseguem alimentos e água. “Chegamos a fazer o resgate de um cavalo que estava atolado na lama há quatro dias. Os moradores não conseguiam retirar o animal e já iriam sacrificá-lo. Porém, conseguimos tirar com o helicóptero”, conta Passos.